Lula volta a reclamar da oposição e diz que não ficará sentado

Parnaíba – Depois de receber uma faixa de pano verde-amarela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse num campus do Piauí que o papel dele não é ficar sentado na "cadeirinha" do Planalto, mas percorrer o País e fazer obras. "Um homem público não precisa de época de eleição para fazer campanha", afirmou, em solenidade na Universidade Federal do Piauí, em Parnaíba, a 370 quilômetros de Teresina. "Ele faz campanha da hora em que acorda à hora em que dorme, 365 dias por ano. Se ele não fizer, os adversários dele farão."

Lula inaugurou uma placa alusiva à expansão do campus e Lula recebeu do governador Wellington Dias (PT) a Ordem do Mérito da Renascença, uma faixa com as cores do Estado do Piauí. Em discurso, ele afirmou que os adversários estão incomodados porque o governo está fazendo as coisas certas. Ressaltou os programas do governo e disse que os de transferência de renda atendem não só Estados pobres como o Piauí, mas também São Paulo Ele não citou, neste contexto, os dois pré-candidatos do PSDB à sua sucessão – o prefeito paulistano José Serra e o governador Geraldo Alckmin. "O Estado de São Paulo, que é o mais rico do País, só de programas de transferência de renda recebe R$ 2 bilhões por ano para cuidar dos pobres", disse.

Ele voltou a reclamar que muitos "espertos", no Brasil, que recebem dinheiro do governo federal, fazem propaganda na televisão sem citar o governo federal. "Eles fazem propaganda como se o dinheiro e a obra fossem deles. Quem tem caráter, fala a verdade. Quem não tem, mente", afirmou. No discurso, disse que nunca falou mal de ninguém, nem mesmo de seus adversários. "Não fui eleito para falar mal de adversários. Fui eleito para fazer as coisas que este País precisa."

Instigado pelo senador Alberto Silva (PMDB-PI) a anunciar, de vez, a sua candidatura à reeleição para obter o apoio do PMDB, Lula disse apenas que, "com os amigos que tem, ele vai vencer e governar o País", sem, no entanto, assumir abertamente a candidatura.

Ele voltou a dizer que quem planta deve ter paciência para colher e que o governo está colhendo, agora, os frutos plantados nos dois primeiros anos de seu governo, quando ele "comeu silenciosamente o pão que o diabo amassou". "O governo tem que proceder com a razão de sua consciência, mas também com a emoção de seu coração", disse. "Não estamos preocupados com o discurso fácil daqueles que querem destruir."

O presidente destacou que o governo está construindo 32 novas escolas técnicas. "Isso deixa as pessoas que não gostam de nós muito nervosas. ‘Por que eles vão inaugurar? Não podem inaugurar. Este é um ano que tem eleição, então o Lula não pode viajar, ele tem que ficar sentado na cadeirinha dele, de presidente, esperando as pessoas irem lá pedir dinheiro’", disse "Não vou, vou sair para a rua porque é exatamente na rua que está a compreensão das coisas que nós fazemos."

O programa de expansão da rede de universidades federais tem por meta criar ou consolidar 42 campi em 21 Estados. Até 2008, o governo estima que 125 mil novos alunos vão ingressar nas federais. O investimento total do projeto chega a R$ 592 milhões.

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