O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca na noite desta quinta-feira (31) para uma viagem de nove dias ao exterior levando na bagagem uma série de pendências nas nomeações de seu primeiro e segundo escalões. Ao contrário do que se esperava e, a princípio, foi sinalizado, Lula não está com pressa de anunciar o nome do substituto de Silas Rondeau no Ministério de Minas e Energia.
No Planalto, interlocutores do presidente Lula preferem não vincular a demora da confirmação do nome de Márcio Zimmermann para Minas e Energia aos problemas que estão sendo enfrentados pelo PMDB e por Renan Calheiros, um dos seus padrinhos políticos. Na verdade, o presidente Lula não tem mais pressa de anunciar seu nome e prometeu ao PMDB, na volta do giro por Inglaterra, Índia e Alemanha, conversar com a bancada no partido no Senado – que é a detentora do cargo – para bater o martelo, já que o governo havia garantido o posto a estes parlamentares.
Além do problema interno do partido, o governo optou por fazer uma avaliação maior da situação de cada uma das pessoas indicadas e todas as questões vinculadas a eles. E isso não apenas no caso de Zimmermann. Lula não quer ter novas surpresas e, segundo avaliação de um de seus interlocutores, quer esperar amadurecer bem a idéia, embora reconheça que esteja sendo pressionado e muitos colaboradores o tenham alertado sobre os problemas do atraso na confirmação do nome do sucessor de Rondeau.
A demora em nomear parece ser proposital. Na avaliação de fontes governamentais, Lula quer dar tempo ao tempo e, com isso, aguardar que tudo que possa aparecer contra ou a favor dos candidatos surja naturalmente. A se basear pelas experiências anteriores, todas as nomeações que foram anunciadas ou sinalizadas e não concretizadas acabaram não acontecendo.