O agronegócio, que no primeiro turno se mostrou favorável aos ideais do candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, não repetiu a mesma tendência nas eleições do segundo turno. Mesmo com o apoio de grande parte das lideranças ao tucano, o conjunto dos dez maiores Estados agrícolas do Brasil elegeram Lula para comandar o País entre 2007 e 2010, com 56,45% da preferência. Alckmin obteve 43,55% dos votos nos mesmos Estados (Paraná, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Bahia, São Paulo, Santa Catarina e Maranhão).
No primeiro turno das eleições presidenciais, os mesmos Estados elegeriam Alckmin com 46,7%, contra 44,8% dos votos para Lula. Na ocasião, o candidato do PSDB conseguiu uma vitória expressiva em sete dos dez maiores produtores agrícolas do Brasil. No segundo turno, no entanto, Alckmin obteve vantagem sobre Lula em seis, dos dez Estados e a diferença entre os candidatos ficou reduzida.
Alckmin perdeu participação em todos os Estados agrícolas. Em Santa Catarina, por exemplo, Estado em que o tucano apresentou a maior vantagem sobre Lula no primeiro turno (23,3 pontos), a diferença foi reduzida para apenas 9 pontos. Além disso, no Rio Grande do Sul, onde Alckmin venceu Lula por 55,76% contra 33,07% na primeira rodada, no segundo turno o petista ganhou votos e reduziu a diferença para apenas 10,7 pontos.
Com isso, o voto agrícola que contribuiu para levar Alckmin ao segundo turno foi o mesmo que ajudou Lula a se reeleger. De um modo geral, o tucano perdeu 3,21 pontos percentuais do primeiro para o segundo turno nos dez maiores Estados agrícolas do Brasil enquanto o petista avançou expressivos 11,57 pontos.
