Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai participar pessoalmente das negociações para que o Senado Federal aprove o salário mínimo de R$ 260. Durante almoço com líderes da base aliada, hoje, no Palácio do Planalto, o presidente definiu uma estratégia de ação que inclui conversas com bancadas de diversos partidos, inclusive da oposição, a partir da semana que vem. “Ele colocou-se à disposição. Ele pode ser acionado para o que for necessário”, revelou a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC).
Além de participar das negociações, Lula quer o apoio dos governadores na tentativa de diminuir o número de votos contrários à Medida Provisória do Salário Mínimo. A idéia do presidente Lula, segundo a líder, é manter conversas com os governadores para que eles também negociem diretamente com os senadores que ameaçam barrar os R$ 260. “O mínimo incide nos estados. O presidente disse que não podemos deixar de operar com os governadores”, ressaltou.
De acordo com relato da líder, o vice-presidente José Alencar também vai atuar para atrair os senadores do PL contrários ao valor estipulado pelo Executivo. Ela adiantou que Alencar deve se reunir com bancada do PL nos próximos dias para ampliar as negociações e atrair votos favoráveis. Mesmo diante de dissidências declaradas dentro do próprio PT, como o senador Paulo Paim (RS), Ideli Salvatti garantiu que o presidente e os líderes aliados não fizeram contas sobre a previsão e votos contrários e favoráveis à proposta. Adiantou, apenas, que existe o diagnóstico de que em todas as bancadas “há potencial de convencimento”.
O senador Paulo Paim (PT-RS) votou a garantir hoje que vai votar contra o mínimo de R$ 260, mesmo diante de possíveis negociações por parte do Executivo. O presidente Lula chegou a afirmar, segundo relato de Ideli Salvatti, que o senador só vai mudar de opinião “no dia em que for prefeito de Canoas” ? numa referências às imposições impostas pela máquina governista.
Na próxima terça-feira (15), as bancadas aliadas vão se reunir para discutir as medidas complementares oferecidas pelo Executivo para aumentar o poder de compra das famílias de baixa renda, diante do reajuste de apenas R$ 20 do mínimo. O “pacote social” é uma reivindicação do senador Cristovam Buarque (PT-DF), que já condicionou seu voto favorável aos R$ 260 somente se forem anunciadas medidas complementares. “Só essa discussão pode garantir o voto do Cristovam”, admitiu Ideli Salvatti.
A expectativa dos líderes é que a MP seja votada na próxima quarta-feira (16), já que passa a trancar a pauta de votações na terça-feira. A líder petista enfatizou que não existe a intenção de protelar a votação do salário mínimo. Ao contrário. O maior apelo do presidente Lula durante a reunião, segundo Ideli Salvatti, foi pela votação dos projetos considerados prioritários para o governo ? o que institui as Parcerias Público-Privadas (PPP), a Lei de Falências, a Lei de Biossegurança e projeto que regulamenta regras para a construção civil.
Com o adiamento da votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que limita o número de vereadores nas Câmaras Legislativas para a semana que vem, Ideli Salvatti disse que essa mudança de data pode ajudar o governo. “A PEC dos Vereadores pode acelerar a votação do mínimo porque também é de interesse da oposição”, disse. Sobre a relatoria da MP do Mínimo no Senado, que ficou com o senador César Borges (PFL-BA), a líder petista também acredita que esse cenário vai ajudar o placar favorável ao governo ? uma vez que alguns senadores da base aliada podem ficar constrangidos em apoiar publicamente uma proposta de reajuste do salário mínimo apresentada pela oposição.
Lula vai participar de negociações para aprovação do mínimo
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