O candidato à presidência do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quinta-feira que vai ao encontro com o presidente Fernando Henrique Cardoso, em Brasília, na segunda-feira, para falar mais do que ouvir. ?Queremos dizer ao presidente que ele não pode esperar as eleições para que em janeiro alguém faça alguma coisa que ele pode fazer já?, disse Lula, em entrevista à rádio Gaúcha.
O candidato acenou com a possibilidade de apoio do PT a um eventual esforço imediato do governo, ?se ele estiver disposto a votar a minirreforma tributária?. Nesse caso, a bancada do PT no Congresso seria mobilizada para tratar do assunto com prioridade.
Ele voltou a dizer que a única saída para o Brasil é voltar a crescer e criticou a condução da política econômica nos últimos anos e as associações que analistas fazem das turbulências no mercado às candidaturas de oposição. ?O que o governo está fazendo é como um técnico de futebol culpar a torcida pela derrota de seu time?, afirmou.
Lula descartou qualquer possibilidade de manter o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, caso seja eleito. ?Isso é falta de assunto?, afirmou. ?Queremos mudar o modelo econômico e com isso mudaremos também as pessoas.?
Lula disse que não conhece todos os termos do acordo do Brasil com o FMI, mas admitiu que se for presidente pode usar as cláusulas que prevêem revisões periódicas para defender adequações à realidade do País. ?Veremos o que vamos exigir, o que vamos decidir fazer, pois temos interesse em que o Brasil saia ganhando nas mesas de negociação?, afirmou.
Dizendo-se despreocupado com sua queda nas pesquisas no Rio Grande do Sul, Lula lembrou que o horário eleitoral gratuito na televisão pode causar uma reviravolta nos índices quando começar a atingir os mais de 50% de eleitores que ainda estão indecisos.
