O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca às 15 horas de hoje para a cidade
escocesa de Gleneagles, onde participa como representante de um dos países
convidados da 31ª Reunião de Cúpula do G8, que teve início ontem (5).
A
pobreza na África e as mudanças climáticas do planeta são os temas principais do
encontro que vai até sexta-feira. O G8 é formado pelos sete países mais ricos do
mundo ? Estados Unidos, Canadá, Japão, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália ?
e a Rússia.
Além dos líderes do grupo, participam da cúpula anual
representantes do Brasil, China, Índia, México e África do Sul, os cinco países
convidados para a reunião ampliada de quinta-feira, que tratará dos impactos da
mudança do clima e de questões relacionadas ao desenvolvimento econômico e
social.
A agenda de Lula inclui encontro com líderes dos países
convidados e, à margem da cúpula, audiência com o primeiro-ministro inglês Tony
Blair, que ocupa a presidência rotativa do G8 desde janeiro deste ano.
Segundo um comunicado do Itamaraty, Brasil e os outros quatro países
convidados defenderão a importância do multilateralismo e da repartição
eqüitativa dos benefícios da globalização, reafirmarão o papel da cooperação
Sul-Sul e a relevância de iniciativas como a Ação Contra a Fome e a Pobreza,
convocada pelo presidente Lula.
Também estarão na pauta dos países
convidados a remoção de barreiras ao comércio internacional, especialmente de
produtos agrícolas; a intensificação da cooperação Norte-Sul e a mobilização de
apoio internacional à obtenção de recursos financeiros novos e adicionais para o
desenvolvimento e o combate à fome e à pobreza no mundo.
Brasil, China,
Índia, México e África do Sul reafirmarão a necessidade de os países
desenvolvidos liderar esforços para frear as mudanças climáticas, tendo em vista
a entrada em vigor, em 16 de fevereiro passado, do Protocolo de Quioto. O
documento, que estabelece metas para a redução de emissão de gases causadores do
efeito estufa, não foi firmado pelos Estados Unidos.
Os cinco convidados
pedirão que se adotem políticas efetivas para a redução de emissões, defenderão
que as iniciativas de cooperação internacional considerem as perspectivas e
necessidades dos países em desenvolvimento e assegurem o acesso dos países em
desenvolvimento a tecnologias tecnicamente viáveis. A posição dos países
convidados deve ser consolidada em uma Declaração Conjunta, ao final dos
debates.
O Brasil não participa da reunião ampliada do G8 sobre África,
prevista para sexta-feira (8). Para esse encontro, os convidados são África do
Sul, Nigéria, Etiópia, Tanzânia, Gana, Senegal, Argélia e o presidente da União
Africana. Temas como a luta contra o terrorismo, ajuda social e econômica ao
Oriente Médio, o conflito entre palestinos e israelenses e a abertura de
mercados deverão entrar em pauta nas reuniões restritas às lideranças dos
membros do G8.