O candidato à Presidência da República pelo PDT, senador Cristovam Buarque (DF), acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de comprar votos. Ele se referia à lei sancionada por Lula que abrandou os critérios para a aplicação de multas aos motoristas que desrespeitarem os limites de velocidade. "Perdoar infrações de trânsito, em si, já é grave. Mas na véspera da eleição, dá para dizer que é quase criminoso. Perdoar infratores de trânsito para ganhar voto significa pôr vidas em risco", criticou Cristovam, durante visita a Belo Horizonte.
Antes, num discurso na sede do comitê de sua campanha, na zona sul da capital mineira, ele foi mais enfático. "Veja o que Lula está fazendo: perdoando os infratores de trânsito para ganhar voto", acusou. "O que o presidente está fazendo é comprando voto.
Cristovam disse que sugeriu ao presidente do PDT em Minas, Manoel Costa, que a direção nacional do partido consulte o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se a medida caracteriza compra de votos. Para ele, tudo indica que se trata de uma estratégia de campanha. "Para não ser, ele (Lula) tem que dar uma explicação muito grande." Para ele, a decisão é um "passo atrás" nas regras de trânsito. "Vai provocar mortes. Fala-se em sanguessugas. Isso é pior do que sanguessuga.
Campanha
Estacionado no patamar de 1% das intenções de voto, conforme as últimas pesquisas, Cristovam admitiu que sua candidatura tem arregimentado escassos recursos financeiros, mas não soube informar o total arrecadado até o momento. "Tenho conseguido sim, mas muito pouco", comentou, salientando que o acúmulo de dívidas será inevitável. "É possível que a gente até já esteja devendo.
Para Cristovam, contudo, o maior problema não são os débitos de campanha. "O problema é que tá vindo pouco demais. Você não vê material meu nos lugares. Não tem material. Eu viajo sozinho", observou. No mercado público de Belo Horizonte, o candidato do PDT comprou erva para chá de "abre-caminho", entrou em uma loja esotérica e consultou uma cigana eletrônica. Depois foi questionado por um repórter de rádio se estava com medo de "encosto". "Não tenho isso", desconversou, repetindo que está com 1% porque "criança não vota" e que vai esperar que os adultos do País percebam a importância de sua bandeira pela educação.
