Lula tranqüiliza mercado e dólar cai

A cúpula petista vem tendo sucesso em acalmar o mercado, com os reiterados pronunciamentos em favor da disciplina nas contas públicas, inflação baixa e contratos firmados. O resultado é que a especulação não se sustenta e muitas instituições estão desfazendo suas operações cambiais, contratadas para evitar riscos extremos. Como eles parecem estar mais distantes, começam a surgir vendedores de dólar, derrubando as cotações.

Até amanhã devem ser divulgados os nomes dos técnicos que comporão a equipe de transição, o que pode ter algum efeito sobre os negócios, na medida em que as desconfianças dos investidores sejam afastadas ainda mais. Mas o clima é de trégua e as cotações vêm se recuperando lentamente, mas com firmeza. Hoje o dólar chegou a R$ 3,62 e a Bolsa de Valores de São Paulo já subiu 17,92% no mês. Essas cotações ainda revelam pessimismo, e a tendência, segundo analistas, se a confiança continuar se consolidando, é de mais recuperação pela frente.

Ajudam certamente os números das contas externas, já que o saldo comercial para o ano já está em cerca de US$ 10 bilhões e os dados das contas públicas. Com o resultado de outubro, o superávit primário acumulado é de R$ 47,6 bilhões, o que equivale a cerca de 5% do PIB. Esses números reduzem muito os prognósticos de calote e insolvência que chegaram a circular no calor da campanha presidencial.

Mas a alta do câmbio dos últimos meses pressiona muito a inflação, o que impede uma queda maior dos juros, ao menos no curto prazo. O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) de outubro divulgado ontem bateu novo recorde desde o Plano Real, chegando a 3,87%. E ainda pode haver novo aumento dos combustíveis. O IGP-M serve como base para o reajuste de vários contratos e tarifas, alimentando a inflação. Com isso, os juros futuros não têm acompanhado o ritmo de recuperação do dólar e da Bolsa.

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