Encarregada de formalizar a posse dos presidentes da República, a Mesa do Congresso estará totalmente desfalcada na solenidade de início do segundo governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Dos sete integrantes da Mesa, somente o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o terceiro-secretário, deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO), assinarão o termo da posse na segunda-feira.

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Lula tampouco contará com a presença da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie. No seu lugar, representando o Poder Judiciário, estará o vice-presidente do Supremo, ministro Gilmar Mendes. A assessoria da ministra informou que ela própria avisou a Lula, na cerimônia de diplomação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que não comparecerá ?por razões familiares?. Ellen Gracie passará o réveillon em Porto Alegre. Para que os desfalques não fiquem aparentes na foto da posse, o cerimonial do Senado vai providenciar a retirada das cadeiras da Mesa.

O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), estará presente e vai até assinar o termo da posse. O procedimento, no entanto, é apenas uma cortesia, já que ele não integra a Mesa do Congresso. Esta é dirigida pelo presidente do Senado, seguido do vice-presidente da Câmara.

O primeiro vice-presidente, deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL), avisou que não comparecerá porque estará fora do País, nos Estados Unidos. Já o primeiro-secretário, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), disse que não tem motivos para prestigiar uma posse que considera ?ilegítima?. ?Não é por ele ter tido 60% dos votos que eu vou deixar de questionar o uso da máquina pública de forma criminosa.?

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Para Antero, tal fato deveria ser questionado pelo seu partido na Justiça. Presente na posse do primeiro governo de Lula, em 2003, ele disse que agora se recusa a engrossar a ?corrente favorável à tese de que um cidadão popular pode fazer qualquer coisa?.

Outro ausente será o primeiro-secretário da Câmara, Inocêncio Oliveira (PL-PE). Seus assessores informaram que ele não participará da posse porque comparecerá à do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), também marcada para a tarde da segunda-feira. Outro aliado ausente, o segundo-secretário da Mesa, senador João Alberto (PMDB-MA), justificou dizendo que tem ?compromissos inadiáveis? com seus eleitores de Bacabal. ?Todos os anos é lá que eu passo as entradas, eles não vão entender se eu não for.

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