Lula tenta levar base aliada a retomar votações na Câmara

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se empenha pessoalmente nesta semana na tentativa de apaziguar sua base no Congresso e permitir a retomada das votações. Amanhã, Lula almoça com os líderes dos partidos aliados na Câmara, que está com a pauta de votação obstruída por 21 medidas provisórias. Entre as MPs está a que dá status de ministro ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Também no esforço pela busca de um acordo para garantir votações nesta semana, o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), reúne, em um jantar hoje em sua casa, os líderes dos partidos governistas e de oposição.

O principal obstáculo na base do governo é o PMDB que, insatisfeito com a demora na liberação de dinheiro de emendas de deputados da bancada e no preenchimento de cargos, vai se reunir amanhã para decidir se fará ou não obstrução aos trabalhos. Na sexta-feira passada, os governadores do partido defenderam a posição de independência do PMDB na relação com o governo Lula.

Na próxima quarta-feira, uma reunião do PMDB mais ampliada vai discutir a posição do partido no governo. Além dos seis governadores, o encontro vai reunir os senadores e os deputados, os ministros e o diretório nacional. No Senado, o líder do partido, Renan Calheiros (AL), faz outra exigência: ele quer a definição de uma pauta para retomar as votações. O temor de Renan é que, com a pauta destrancada, seja votada a proposta de emenda constitucional que permite a reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado. Renan quer presidir a Casa a partir de fevereiro, quando termina o mandato de dois anos no cargo do senador José Sarney (PMDB-AP).

Com quase três meses de recesso branco, a pauta da Câmara está abarrotada de matérias a espera de votação. Além das medidas provisórias, estão parados na Casa projetos de interesse do governo como a nova Lei de Falências, o da biossegurança e o das agências reguladoras.

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