A reunião que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá hoje com os governadores corre grande risco de terminar em frustração. É a avaliação de pelo menos dois governadores aliados que participaram ontem, em Brasília, de encontros preparatórios no Palácio do Planalto. O governo não admite dividir a arrecadação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) nem de outras contribuições sociais com Estados e municípios, principal pleito que será apresentado pelo grupo a Lula.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo já atingiu o ?limite das possibilidades? com as desonerações tributárias do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e avisou que a divisão da CPMF não está em discussão.
?A expectativa é baixíssima. Não há espaço para nada?, lamentou um governador aliado que foi à reunião. Ao todo, participaram do encontro oito governadores da base, além da equipe do ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro.
?Temos tantos assuntos para conversar e vocês querem que a gente converse sobre CPMF??, questionou Mantega. Na semana passada, o ministro havia assegurado que o governo não levaria ?um prato feito? para os governadores – que reivindicam, com os prefeitos, 30% das receitas da CPMF.
No encontro de ontem, Tarso deixou claro que o espaço de negociação é mínimo. Está fora de questão a partilha da CPMF, da Cide e da Cofins com os Estados, frisou. O governo não estaria enxergando nem a possibilidade de ceder na liberação de PIS/Cofins para companhias estaduais de saneamento básico.