Bem-humorado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou café da manhã hoje com 30 jornalistas credenciados no Palácio do Planalto. Em uma hora e meia de conversa, Lula falou sobre diversos assuntos, de política econômica até novela, citando o personagem Giovanni, um ex-bicheiro interpretado pelo ator José Wilker em "Senhora do Destino", como um dos mais engraçados da história.
O presidente voltou a destacar que 2005 será um ano de crescimento e investimentos e aproveitou a oportunidade para desejar boas festas de fim de ano à população, afirmando que está cada vez mais otimista. "Eu acredito que será muito melhor, o governo está preparado e muito convencido", ressaltou.
Lula fez elogios ao trabalho dos parlamentares neste ano, em especial ao presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), que também participou do café da manhã. O presidente disse que João Paulo liderou com "maestria" a aprovação de projetos importantes para o país, como o projeto das Parcerias Público-Privadas (PPP). "Parte do sucesso do governo se deve ao comportamento do Congresso Nacional. Daqui a duas semanas, eu completo dois anos de mandato. Não tenho nenhum motivo para reclamar da Câmara e do Senado", afirmou.
Sobre mudanças na equipe ministerial, Lula disse que não há pressa para alterações e que deve tirar alguns dias de descanso no início de 2005. Ele demonstrou satisfação com as medidas adotadas pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci. "Pouquíssima gente no Brasil acreditava que podíamos chegar à situação a que chegamos. Para mim o que importa é que o companheiro Palocci tem feito o trabalho que tem que ser feito", ao responder a perguntas dos jornalistas sobre as críticas ao governo. Ele lembrou que a taxa de juros subiu na véspera do segundo turno das eleições municipais em outubro e nem por isso seu índice de aprovação caiu.
O presidente ressaltou que a situação do país está tão favorável que descartou até mesmo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). A respeito do Mercado Comum do Sul (Mercosul), Lula enfatizou que os países do bloco não podem permitir que um setor da economia determine os termos dos acordos a serem fechados.
Lula destacou também que as atenções do governo nos próximos anos não ficarão apenas na área econômica. Ele lembrou que 6,5 milhões de famílias são atendidas pelo programa Bolsa Família e que isso não "é pouca coisa". "Nós aprovamos o Prouni (Programa das Universidades para Todos), que é uma coisa que vai garantir a entrada de milhares de jovens na universidade para estudar, grande parte de graça, outra parte pagando metade. Nós vamos começar o ano, eu diria, mais alegres", disse o presidente.
O presidente mostrou preocupação com a falta de afeto nas famílias. Ele revelou que deseja incentivar ações para que as relações com as crianças e os velhos e dentro das famílias sejam mais amorosas, como a campanha lançada este ano para aumentar a auto-estima do brasileiro. "Eu sou amplamente favorável que a gente tenha um trabalho intenso para que possamos garantir que a família esteja cada vez mais unida, consolidada, porque a desagregação, muitas vezes, leva os jovens a cair na criminalidade e na prostituição".