O presidente da República e candidato à reeleição pelo Partido dos Trabalhadores, Luiz Inácio Lula da Silva, falou hoje sobre o escândalo de corrupção e o suposto envolvimento de ministros do governo. Lula voltou a afirmar que não sabe a origem dos R$ 1 750 milhão que seriam usados na suposta compra do dossiê Vedoin, que ele foi o maior prejudicado nesse episódio e que gostaria de saber quem foi o arquiteto dessa "sandice".
Lula disse ainda que formar a equipe é "como escalar uma seleção". Segundo ele, a escolha se dá a partir das qualidades que as pessoas tinham mostrado até então. "Na medida em que a opinião pública julgou que José Dirceu e Antonio Palocci não podiam mais ficar nos cargos, eles foram afastados", disse. Afirmou ainda que as investigações continuam e que o papel do presidente é garantir que o Ministério Público e a Polícia Federal tenham liberdade total para desempenharem bem suas funções.
Ele reafirmou que não teria privatizado as empresas de telefonia mas elogiou o papel da Embratel, quando estatal, e voltou acusar o PSDB de "só saber privatizar".
Defendeu ainda a reforma política, afirmando ser a favor do voto distrital misto, e também que o orçamento seja cumprido na íntegra, com obrigatoriedade da aplicação de verbas das emendas nos itens a que foram destinadas.
As declarações de Lula foram dadas durante a gravação do programa Roda Viva, da TV Cultura, que irá ao ar hoje a partir das 22h30. Estavam presentes à gravação o ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, e o coordenador da campanha, Marco Aurélio Garcia.