Lula reafirma manutenção de ministério até fim de 2006

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reeleito domingo para governar o País, com 58 milhões de votos, deu entrevista nesta segunda-feira (30) para o "Jornal Nacional", da "Rede Globo" e manteve o tom das entrevistas dadas antes aos jornais da "TV Bandeirantes" e "TV Record". Reafirmou que não tem pressa em mudar seus ministros e que as metas para seu segundo governo, a partir de 1º de janeiro são crescimento econômico de 5%, manter o controle da inflação e garantir educação de qualidade. "Não vou trocar ninguém agora e não pretendo fazer grandes mudanças. Se especula muito sobre isso. Convocação da seleção e indicação para ministérios, no Brasil, é assim mesmo, todo mundo acha que pode dar palpite", disse.

A equipe será montada de acordo com forças que o apoiaram. "É assim em qualquer lugar do planeta Terra que seja democrático. Vou priorizar os critérios de competência técnica e de compromisso programático, razões pelas quais vencemos a eleição. Aprendi muito e sei o que tenho que fazer para acertar mais", explicou.

Lula criticou o ex-presidente tucano, Fernando Henrique Cardoso, que durante o dia fez críticas a ele, num almoço com empresários em São Paulo e cobrou a "agenda do crescimento". "Ele deveria ter o pensamento mais positivo. Vive instigando para que as coisas não dêem certo. Eu não tenho projeto de interesse pessoal. São projetos do governo, de interesse público, de 190 milhões de brasileiros. Portanto acredito que os congressistas os apóiem e votem neles. O resultado da eleição nós convida a sermos ainda mais responsáveis do que já fomos em outros momentos", comentou.

Bolsa Família – Reafirmou que o programa Bolsa Família – que reconhece ter sido um dos responsáveis pela sua reeleição – "pode melhorar com os reajustes e correções necessárias." Mas argumentou que pretende investir mais nos programas chamados de ‘portas de saída’. "Nós queremos que as pessoas possam ganhar o seu dinheiro com o seu próprio trabalho. Contudo, temos que reconhecer que com o Bolsa Família e com o aumento do salário mínimo diminuímos a pobreza em 19%. Mas eu quero mais. Nós precisamos exterminar a pobreza nesse País.

Era Palocci

Sobre a fala do ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, de que a "era Palocci" teria chegado ao fim, o presidente Lula foi lacônico. "Não existe ‘era Palocci’ mas ‘era do governo’". E acrescentou: "O fato do País poder crescer mais é resultado do controle da inflação, do superávit de 25% que obtivemos e vai permitir, no segundo mandato, o crescimento de 5%, que a inflação continue controlada e uma educação de melhor qualidade.

Dossiê Vedoin

De que modo o presidente pretende conviver com as CPIs que investigam corrupção durante seu governo, especialmente no caso do dossiê Vedoin, relacionado com a CPI dos Sanguessugas? "Convivendo", respondeu. "Como fazem os partidos e os governos no mundo inteiro. O que precisa ficar claro e identificado é aquilo que é posição programática e aquilo que é posição partidária, eleitoral, aquilo que tem por objetivo atrapalhar o desenvolvimento do País. Espero que a oposição seja responsável. Para não atrapalhar o Brasil. Só isso. Depois, se quiserem, podem continuar falando mal de mim.

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