O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou ao deputado Jader Barbalho (PMDB-PA), com quem se reuniu nesta quarta-feira (8), a decisão de contemplar o PMDB no governo, pois vai precisar do apoio mais sólido do maior partido do Congresso. No entanto, a conversa com Jader ainda não serviu para esclarecer como será a participação do partido no ministério, nem quando haverá uma reunião formal de Lula com os dirigentes peemedebistas. "O tempo é do presidente", disse Jader.

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Segundo interlocutores do presidente, a conversa mais definitiva só acontecerá depois que a ala governista do PMDB concluir as consultas internas destinadas a identificar o tamanho das bancadas com que realmente o presidente poderá contar na Câmara e no Senado. Quanto mais coesão e consenso internos, mais cacife o PMDB terá para negociar sua fatia de poder com o Planalto.

Lula tem insistido que não quer depender de negociações pontuais com os peemedebistas, pois seria repetir o modelo adotado até agora. "O presidente não quer negociar mais no varejo", concluiu o senador José Maranhão (PMDB-PB), que esteve ontem com Lula. Na avaliação de outros dirigentes do PMDB, o próprio Lula sabe que não terá o apoio de todo o partido, mas quer ter segurança e tranqüilidade para manter uma base sólida no Congresso. Os mais otimistas acham que Lula poderá contar com mais de 80% das bancadas, desde que organize seu esquema de interlocução.

Conversas

Enquanto aguarda a "pacificação" do PMDB, Lula continuará mantendo conversas individuais com parlamentares do partido. Nos últimos dias, ele conversou com os senadores José Sarney (PMDB-AP) e Maranhão, além de Jader. "Ampliar a interlocução no PMDB é o desejo de todos", afirmou nesta quarta-feira o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acrescentando que até agora não tem nada marcado com Lula para discutir a coalizão. O senador evitou especular sobre o tamanho da bancada que apoiará o governo, ressaltando que as conversas internas ainda estão em curso. "Mas é cada vez mais importante que o presidente converse com mais gente do PMDB", insistiu.

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Nos bastidores, os parlamentares reconhecem que a sucessão dos comandos da Câmara e do Senado em fevereiro estará no pacote de negociação. Caso o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) abra mão da disputa pela presidência da Câmara para assumir um ministério, Lula ficará mais à vontade para trabalhar em favor da reeleição do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), seu preferido. Se isso ocorrer, a reeleição de Renan Calheiros para a presidência do Senado seria menos tumultuada, já que tanto setores do governo quanto da oposição não querem que o PMDB assuma a presidência das duas Casas.