Em sua primeira visita oficial ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso de improviso centrado basicamente na educação. Ao fazer uma referência ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o presidente informou que seu governo implantará projeto semelhante na área da educação. "Se não fizermos uma revolução na educação, jamais seremos um país de primeiro mundo", destacou.
Lula disse que o desafio de melhorar a educação no Brasil, sobretudo o ensino fundamental, não é uma meta apenas do seu governo, mas sim de toda a sociedade. "Não podemos permitir o descaso das últimas três décadas com os jovens", emendou. Segundo ele, os jovens marginalizados do País são resultados de um modelo econômico perverso. "Por isso, distribuir renda é questão fundamental hoje no País", complementou
Segundo ele, o grande desafio é saber o que vai acontecer com o País quando completar 200 anos de independência. "Somos um País dividido, entre o Brasil avançado e o Brasil onde o estoque de pessoas marginalizadas causa incertezas." E acrescentou: "Como só posso falar até 2010, seria bom que a sociedade brasileira assumisse compromissos (com os jovens e a educação) para não transferirmos a responsabilidade, pois quando algo não dá certo já carimbamos em cima de alguém.
O presidente disse ainda que o ministro da Educação, Fernando Haddad, deverá apresentar um elenco de 42 medidas para propiciar o retorno da qualidade ao ensino fundamental. E utilizou mais uma metáfora: "O desafio é combinar o prato com a vontade de comer, temos que investir em pesquisa, mas temos também que investir em ensino básico.
Milagre econômico
Ao falar que está na hora da sociedade assumir este compromisso com o Brasil, Lula afirmou que no governo JK a economia brasileira chegou a crescer 7% ao ano, mas a inflação era em torno de 23% e o salário mínimo não cresceu. O presidente disse que na época do chamado "milagre econômico brasileiro" (1968 a 1973), o Brasil chegou a crescer 14% ao ano, mas o salário mínimo decresceu. "O Brasil não aproveitou o seu crescimento para fazer uma distribuição de renda e dar oportunidade a todos.