Lula pede que setor agrícola apóie novo ministro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu apoio das entidades do setor agrícola e o apoio pessoal do presidente da Confederação Nacional da Agricultura, Antônio Ernesto de Salvo, ao novo ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto

Em solenidade no Palácio do Planalto que marcou a despedida de Roberto Rodrigues do Ministério, Lula aproveitou a presença de representantes do agronegócio, ligados ao ex-ministro, para convencê-los de que Guedes Pinto tem a confiança do antecessor e dará prosseguimentos aos projetos da pasta. "Queria pedir a compreensão e a ajuda sobretudo das entidades para que ele (Guedes Pinto) possa fazer igual, mais ou, se Deus quiser, até melhor do que o professor o ensinou.

A forma como o presidente Lula explicitou a necessidade de apoio à Guedes Pinto expressa a preocupação de eliminar arestas no relacionamento dele com o setor agrícola. O novo ministro é ligado ao PT e conhecido por atuar na defesa da reforma agrária, já tendo presidido a Associação Brasileira de Reforma Agrária de Campinas

"Você (Rodrigues) deixa como substituto um companheiro da tua mais extraordinária confiança", ressaltou o presidente. Ao elogiar Roberto Rodrigues, Lula disse que o ex-ministro não será lembrado pelas crises, mas pelo conhecimento da área. "Em tempo de crise é assim: alguns procuram logo um culpado", afirmou. "Aprendi a conhecer a sensibilidade de um ser humano que amargou os dissabores dos momentos delicados da crise da agricultura", disse

No discurso, no entanto, o presidente ignorou os problemas enfrentados por Rodrigues dentro do próprio governo, como as divergências com a equipe econômica para liberação de verbas, e atribuiu a saída a uma questão pessoal: "Você decidiu que deveria dar um tempo na vida.

Lula disse que espera contar com o conhecimento de Rodrigues e se referiu a ele da mesma forma como se expressou na despedida do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. "Quero que saiba que da parte do presidente da República você deixou mais que um amigo, um irmão", disse o presidente ao admitir que o Brasil reconhecerá a "injustiça" sofrida por Roberto Rodrigues. "Eu vivia dizendo para o Roberto: "Tudo isso parece futebol. Tem dias em que a gente é aplaudido, mas meio minuto depois a gente perde um pênalti e recebe vaia".

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