O presidente Luiz Inácio Lula da Silva exigiu esforço do ministério para manter a dianteira nas pesquisas sobre a sucessão presidencial de outubro. Na primeira reunião ministerial do ano, no Salão Oval do Palácio do Planalto, ele foi orientado a limitar as comparações com o antecessor, Fernando Henrique Cardoso, aos discursos de campanha. Lula recomendou a troca de números positivos entre a equipe e pediu cuidados com a Justiça Eleitoral. "Os ministros não precisam defender o candidato, mas têm obrigação moral de defender o governo", disse o presidente, segundo relato do ministro das Comunicações, Hélio Costa.
Ao final da reunião – a 13ª desde o início do governo – Dilma Rousseff relatou que Lula disse aos ministros que não poderiam parar de trabalhar. "Vamos trabalhar e melhorar nossas atividades, governaremos até dia 31 de dezembro", afirmou o presidente. "Esse é o nosso desafio.
Dilma e Guido Mantega, da Fazenda, disseram que a reunião não teve caráter eleitoral, mas de trabalho de governo. Eles afirmaram estar à disposição dos coordenadores de campanha para colaborar em horário de folga. "Sou uma cidadã, e ministra não é um extraterrestre", afirmou Dilma. "Não tem problema subir em palanque fora do horário de trabalho", disse Mantega. O ministro no entanto, avaliou que não terá tempo e o melhor é mesmo ficar fora das atividades mais festivas. "Eu não tenho perfil de comício.
Comparação
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, lembrou que as comparações de números do governo atual com o governo Fernando Henrique não podem ser feitas em eventos do governo, porque caracterizaria propaganda ilegal, em especial pelo fato de o principal adversário de Lula, Geraldo Alckmin, ser do PSDB, partido de Fernando Henrique. Em quase todas as viagens pelo País, Lula faz questão de comparar com o antecessor dados das áreas de educação, saúde, economia e emprego. A comparação com o governo tucano é o ponto central da campanha petista pela reeleição.
