O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, em um discurso de conciliação, pediu a ajuda e o envolvimento de toda a sociedade para combater o que chama de prioridade número um de seu governo: a fome. Segundo ele, essa é uma batalha da sociedade e não apenas do presidente da República.
– Se a pessoa não comer ela não pode estudar, não pode viver, não tem direito nem de ficar bonita, porque a fome deforma o corpo humano. Sem comer não se vive. E esse país produz muita comida.
Falando a empresários e sindicalistas, reunidos no Hotel Intercontinental, em São Paulo, ele definiu as questões sociais como prioridade. Para Lula, o problema do Brasil é político, não econômico. E em função disso, afirmou, resolveu tratar da questão da fome em vez de indicar os nomes do presidente do Banco Central e do ministro da Fazenda. Ele disse que se tivesse feito isso, teria depois que indicar os outros ministros e ficaria à mercê das pressões de grupos da sociedade.
– Tudo tem seu tempo.
Em seu discurso, Lula disse que a reforma tributária ainda não foi feita no Brasil por falta de envolvimento do governo. Para ele, é preciso que o presidente ouça os governadores para que as mudanças na área fiscal sejam viabilizadas.
O presidente eleito disse ainda que ninguém será tratado como adversário em seu governo.
– Estarei sempre acreditando que todos têm boa vontade com o Brasil, até que me provem o contrário. Espero que vocês me ajudem, porque esta jornada não será fácil.