O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ontem à direção do PT que ?reflita? sobre quais cargos quer ocupar no ministério deste segundo mandato e lhe apresente uma lista ?factível? de suas prioridades em 15 dias. Em reunião de uma hora e meia com a comissão política do partido, no Palácio do Planalto, Lula deixou claro que a montagem da equipe ultrapassará em muitos dias o desfecho da disputa para a presidência da Câmara, na quinta-feira, ao dizer que não fará a reforma na equipe antes do carnaval.

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O PT pretende retomar dois ministérios que estão com partidos da base aliada do governo: Saúde, comandado pelo PMDB, e Cidades, nas mãos do PP. O desejo foi reiterado ontem, mas o presidente, bem-humorado, desconversou. Na reunião, os petistas também criticaram o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, expuseram a insatisfação com a política de juros adotada pela instituição e se comprometeram a ajudar o governo a divulgar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

?Nós dissemos ao presidente que a política econômica tem de ser harmoniosa em seu conjunto. Não dá para ter o PAC numa direção e os juros, em outra?, afirmou a deputada Maria do Rosário (RS). ?Falamos que a estabilidade nos permite mais ousadia?, completou o líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS).

Lula concordou com a necessidade de um ?plano de comunicação? para traduzir o PAC que, no seu diagnóstico, vem sendo mal compreendido. Os petistas disseram a ele que convidarão a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para que exponham o programa na reunião do Diretório Nacional do PT, em 10 de fevereiro, em Salvador. Quanto aos juros, o presidente endossou a reclamação. ?Também acho que a queda poderia ser maior?, disse, segundo relato dos dirigentes.

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