O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou hoje o programa quinzenal de rádio “Café com o Presidente” para apelar aos prefeitos eleitos, que tomarão posse em primeiro de janeiro, que ajudem o governo no cadastramento, acompanhamento e na fiscalização do Bolsa Família. Ressaltando que o programa tem tido “um sucesso extraordinário”, o presidente voltou a pedir apoio à sociedade para evitar os desvios e ressaltou que as notícias com denúncias não podem ser encaradas como críticas, têm de ser vistas como ajuda porque “o governo de Brasília não tem a totalidade de controle das coisas que acontecem em oito milhões e meio de quilômetros quadrados”.
Lula reconheceu que “desvios vão acontecer sempre”. Mas avisou: “e quando eles acontecerem, quem deve ser punido não é o pobre, com a suspensão do programa. Quem deve ser punido é quem cometeu a irregularidade de cadastrar uma pessoa que não merecia ser cadastrada”.
Segundo Lula, é importante que, com base nas denúncias, o governo monte um sistema melhor de fiscalização, cobre do prefeito, crie o conselho gestor e a controladoria geral da União e o Ministério Público podem ajudar a fiscalizar.
Ao pedir que as prefeituras ajudem o governo federal no cadastramento e na verificação das exigências para as famílias terem acesso ao Bolsa Família, o presidente reiterou que este “é um processo que tem que envolver a sociedade brasileira para que a gente possa fazer o plano atingir a sua plenitude e os seus objetivos” . Lula respondeu ainda aos críticos que dizem que o governo está gastando muito com o Bolsa Família.
“Na verdade, nós estamos gastando pouco, nós gastamos mais financiando outras coisas e incentivando outras coisas, e no Brasil sempre se cuidou pouco dos pobres”, disse o presidente acentuando que o dinheiro é muito bem aplicado.
Lula comemorou ainda o fato de o programa Bolsa Família ter atingido a concessão de benefícios a 5,3 milhões, em 5,5 mil municípios. ” E o Bolsa Família vai continuar crescendo porque nós queremos chegar em dezembro de 2005 com 8,7 milhões famílias e, em 2006, completar a totalidade das famílias que, segundo o IBGE, estão abaixo da linha da pobreza” , completou o presidente sem citar que a meta do governo, anunciada anteriormente, foi de atender 11 milhões de famílias.
O presidente destacou também que o dinheiro repassado pelo programa ajuda a economia dos municípios a se desenvolver porque “o dinheiro quando chega na mão da mãe, ela vai ao supermercado, vai fazer compras, movimentando a vida financeira da cidade”. Prova disso, ressaltou, foi a melhoria nas condições de vida da cidade de Guaribas, no Piauí, primeira cidade onde foi lançado o Programa Fome Zero.
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