O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, trocar a viagem para a Austrália, na próxima semana, pelas metas de crescimento. Mantega iria participar em Melbourne da reunião do G-20, grupo de países que debate mudanças no Fundo Monetário Internacional (FMI) e também no sistema financeiro internacional. Mas o presidente quer que o ministro acelere o novo programa de ajuste fiscal, que tem por objetivo aumentar os investimentos no Brasil.
?Nós estamos empenhados em preparar o programa fiscal e tributário e devo entregar a primeira versão para o presidente na semana que vem, justamente quando eu estaria viajando para a Austrália?, disse Mantega, que conversou ontem pela manhã com Lula, no Palácio do Planalto.
O ministro fez mistério sobre a conversa. No Planalto, porém, o comentário era que o presidente tem dado todos os sinais de que Mantega permanecerá na equipe. Na semana passada, Lula encomendou ao titular da Fazenda, aos ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) e Paulo Bernardo (Planejamento) e ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, medidas para tornar viável um crescimento econômico de 5% ao ano, no próximo mandato, sem mudar os pilares da política econômica.
Lula quer que o plano esteja concluído já no fim deste mês para que possa apresentá-lo ao Congresso, a empresários e a representantes da sociedade civil. Acredita que, com essa plataforma, poderá ampliar o apoio político em seu segundo mandato. ?O programa terá desdobramentos na área de infra-estrutura?, afirmou Mantega.
O governo federal avalia que, para o País crescer 5% ao ano, não basta reduzir a taxa de juros. A receita prevê o aumento da taxa de investimentos dos atuais 20% para, no mínimo, 24,5% do Produto Interno Bruto (PIB). A contribuição do setor público deverá ser ampliada.
Está prevista, ainda, a desoneração de tributos em áreas estratégicas para que empresários sejam estimulados a investir em obras de infra-estrutura, como estradas, portos, aeroportos e ferrovias.