O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou, na cota do PMDB governista, o presidente e três diretores para os Correios. O loteamento de cargos para os aliados no projeto da reeleição veio um ano depois de o governo ter demitido toda a diretoria da empresa, após o episódio da cobrança de propina pelo ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios Maurício Marinho, que desencadeou o escândalo do mensalão.
O novo presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) é Carlos Henrique Almeida Custódio, que vinha ocupando a diretoria de Crédito da Caixa Econômica Federal (CEF). Os três diretores nomeados também são ligados à ala governista do PMDB e passaram pelo crivo do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do senador José Sarney (PMDB-AP).
Romero Jucá indicou Samir de Castro Hatem, presidente do INSS na gestão dele no Ministério da Previdência e deverá ocupar a diretoria Comercial. Carlos Roberto Samartine Dias e Menassés Leon Nahmias são funcionários de carreira dos Correios, e contam com apoio da cúpula do partido.
Samartine, indicado pelo senador Ney Suassuna (PMDB-PB), é cotado para a diretoria de Operações e vinha ocupando o cargo de assessor nesta área. Ele já foi diretor regional da ECT no Amazonas, Rondônia e Acre. Menassés, por sua vez, é diretor dos Correios no Pará e deverá ir para a diretoria de Tecnologia e Infra-Estrutura. Ele foi indicado pelo senador Luiz Otavio (PMDB-PA), que confirmou a sugestão.
A antiga diretoria demitida no escândalo do mensalão também havia sido indicada pelo PMDB e pelo PTB, do deputado cassado Roberto Jefferson. Desde 9 de junho do ano passado, os Correios vinham sendo dirigidos interinamente por técnicos de carreira da empresa, como o ex-presidente Jânio Pohen.