Lula “não teme investigação” do TSE sobre dossiê, diz Tarso

Brasília – Após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Alvorada, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou que a investigação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a negociação de um dossiê contra políticos tucanos é ?legítima?. O pedido de investigação de Lula, candidato à reeleição, foi feito pela coligação Por Um Brasil Decente (PSDB/PFL) que apóia a candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência da República.

?O presidente não teme em absoluto o resultado de investigação que envolva o seu nome", afirmou Tarso. "Essa investigação que o TSE está fazendo é uma investigação normal. Feita em função da provocação de um requerimento da oposição".

Tarso Genro comentou que os fatos relacionados à negociação de petistas com o empresário Luiz Antonio Trevisan Vedoin para obter um dossiê contra candidatos do PSDB gerou ?incômodo?. ?Do ponto de vista político, há um incômodo muito grande do governo e uma indignação de que pessoas que tenham vinculação pessoal com o presidente estejam sendo vinculadas a esses fatos. Isso atingiu presidente porque ele se sentiu indignado.?

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo o ministro, deu ordem para ministro da Justiça acompanhar ?dentro da lei? e ?pessoalmente? a investigação da Polícia Federal sobre o assunto. ?E a preocupação (de Lula) é de que as investigações sejam tanto mais completas e mais profundas no que diz respeito ao envolvimento de eventuais pessoas das suas relações individuais e de amizades.?

A Polícia Federal prendeu na sexta-feira (15) quatro pessoas relacionadas à negociação de documentos que envolveriam políticos do PSDB com a compra superfaturada de ambulâncias. Entre eles, estavam dois petistas com quase R$ 2 milhões que seriam usados na negociação.

Nos depoimentos, foram citados Freud Godoy, ex-assessor da Presidência, Jorge Lorenzetti, assessor da campanha de Lula, e Oswaldo Bargas, ex-secretário do Ministério do Trabalho. O inquérito é presidido pela Polícia Federal em Cuiabá com autorização da Justiça Federal.

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