Lula monta força-tarefa para divulgar PAC

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva montou uma força-tarefa para impulsionar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a grande aposta do governo para o segundo mandato. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, prepara uma prestação de contas pública sobre seu andamento. O balanço está previsto para ser divulgado no fim do mês, quando o plano completa três meses, mas também pode ocorrer no aniversário de 120 dias, em maio, para ficar mais robusto.

A campanha publicitária na TV, que já está no ar, será reforçada pela propaganda no rádio. Até agora, o governo investiu cerca de R$ 7 milhões no marketing do programa. A ofensiva não pára aí: Dilma e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, foram escalados para conversar com governadores, prefeitos e secretários sobre projetos que podem ser financiados com recursos do plano, principalmente nas áreas de habitação e saneamento.

Lula despachou ontem Dilma para São Bernardo do Campo, no ABC paulista, para um debate sobre o PAC. Bernardo foi para Belém. A convite da governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), ele expôs o programa para uma platéia de 500 prefeitos, secretários e representantes de sindicatos e organizações não-governamentais. Na segunda-feira, o ministro estará em Curitiba (PR) com a mesma missão. ?É um exercício de divulgação para atender às demandas?, afirmou. ?Temos um grande volume de projetos nas regiões metropolitanas e interesse em soluções integradas com Estados e municípios, principalmente nas áreas de habitação e saneamento.

Levantamento da Casa Civil mostra que 74% das principais obras do PAC andam a ritmo ?adequado?, 17% merecem ?atenção? e 9% encontram-se em estágio ?preocupante?. Pelos cálculos do governo o PAC vai aplicar, em quatro anos, R$ 503,9 bilhões em investimentos em infra-estrutura nas áreas de transporte, energia, saneamento, habitação e recursos hídricos. Deste total, R$ 67,8 bilhões estão previstos no orçamento. A expectativa é de que R$ 436,1 bilhões venham de estatais federais e do setor privado.

Mas o esforço do governo para empinar o PAC na mídia tem motivo: o Planalto avalia que começou a perder a batalha da comunicação, pois o número destacado é sempre o pior. Pesquisa da CNT/Sensus realizada entre os dias 2 e 6 revelou, ainda, que 59% dos entrevistados nunca ouviram falar do PAC. ?Não acho que esse pessimismo quanto ao PAC seja procedente?, disse Dilma, que guarda informações sobre o andamento de todas as obras num laptop em seu gabinete, com 577 slides. ?Estamos abertos a negociações com Estados e municípios.

Para a oposição, o PAC está se transformando num ?pactóide? – uma referência a factóide, fato criado artificialmente, para causar impacto. ?Até agora, o que o governo chama de PAC é um pacote de intenções?, comparou o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN). ?O plano prevê um crescimento ilusório de 5% e um aporte monumental de recursos privados que não ocorrerá enquanto os juros estiverem exorbitantes.

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