Expandir o número de parceiros comerciais e reduzir a dependência em relação aos mercados norte-americano e europeu foram temas do discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao conhecer os novos investimentos da multinacional Tecumseh no Brasil na cidade de São Carlos, no interior de São Paulo.
Lula defendeu que o Brasil ajude os países vizinhos mais pobres a terem infra-estrutura como energia, estradas e telecomunicações. "Acreditamos que o Brasil, como a maior economia do continente, tem que ter responsabilidade em ajudar os países mais pobres. Ajudando, vão se desenvolver e comprar produtos nossos. E também vamos comprar produtos deles. Teremos, assim, uma relação menos dependente dos Estados Unidos e da União Européia", disse.
Para o presidente, o Brasil deve "abrir novas fronteiras". Ele lembrou as relações estratégicas que o governo vêm mantendo com nações como a China, Índia, África do Sul e Japão – país que visitará em maio.
Lula ressaltou também que o brasileiro precisa acreditar mais no potencial do país. "O Brasil não deve nada a ninguém. O nosso grande problema é que nascemos e morremos achando que os outros são melhores do que nós. Nós é que temos que acreditar em nós mesmos. Nós é que precisamos saber a força que temos, do que somos capazes. O papel do Estado é criar facilidades, criar mecanismos para que as empresas se motivem mais a fazer investimentos aqui", disse.
Ele ainda citou bons resultados de recuperação da economia, como o crescimento de 5,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado ? o maior índice dos últimos dez anos. De acordo com Lula, os números positivos são sinais de que o país tem condições de um desenvolvimento regular. "Se a gente não inventar nenhuma medida, mas trabalhar com instrumentos que a sociedade possa compreender, poderemos ter um crescimento sustentável por dez, 15 ou 20 anos. A gente pode, de uma vez por todas, consolidar o Brasil como um grande país industrial, altamente competitivo nesse mundo globalizado".