A criação da Petrosul, fórum interministerial de articulação e coordenação de políticas energéticas dos países envolvidos, deve ser oficializada durante uma reunião dos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva da Argentina, Néstor Kirchner, e da Venezuela, Hugo Chávez, prevista para junho, na Argentina.
Hoje, os ministros da área de energia e petróleo dos três países reuniram-se em Brasília para acertar os detalhes.
"Essa é uma instância importante para pensar uma política de integração de longo prazo para a América Latina", afirmou a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff.
"É uma iniciativa particular, de articular políticas de energia aí entendidas, políticas de combustíveis, de energia elétrica, de interconexão e cooperação tecnológica", afirmou a ministra, após encontro com os ministros da Argentina, Julio De Vido, e da Venezuela, Rafael Ramirez. O fórum, afirmou Dilma, terá a coordenação dos ministros dos três países e secretaria-executiva que poderá contratar especialistas para discutir a integração nas áreas de petróleo, gás e energia elétrica.
O projeto compreende a Petrobras e as empresas Energia Argentina S.A. (Enarsa) e Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA), também estatais. O assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, que também participou do encontro de ministros, disse que a Petrosul tem três prioridades: a exploração petroleira na região do Orinoco, na Venezuela, a construção de uma refinaria no Nordeste do Brasil e explorações conjuntas (off-shore) de petróleo na Argentina. Garcia disse que ainda não está escolhido o Estado onde a refinaria será construída.
Dilma explicou que, em alguns projetos, como o da refinaria no Nordeste, poderá ter participações simbólicas. "Esse é um projeto da Petrobras e da PDVSA", disse Dilma, referindo-se à refinaria. "Algumas incorporações serão simbólicas", afirmou a ministra, explicando que a participação da Enarsa na obra deverá ser de menos de 1% do projeto.
Sobre se o diretor de Produção da Petrobrás, Guilherme Estrella, deixaria o cargo, Dilma afirmou que não tinha informação a respeito.
Ipiranga
O ministro de Energia e Petróleo da Venezuela e presidente da PDVSA negou hoje que a empresa tenha comprado o grupo brasileiro Ipiranga.
"A informação não é correta. Não há negociação a esse respeito", disse Ramírez, ao deixar o Ministério de Minas e Energia, onde se reuniu com Dilma e Vido.