Brasília – A terceira e última entrevista da série concedida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a emissoras de rádio foi entremeada de momentos que alguns classificaram como irritação, quando falou do "erro abominável" do PT, e de bom humor, quando riu ao ser questionado, mais uma vez, sobre a reeleição.

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Nos intervalos, Lula fumou duas cigarrilhas e, desta vez em vez de brincadeiras e conversas informais com os jornalistas ele dedicou-se a repassar, com os assessores mais próximos, números e dados do governo para serem apresentados na entrevista.

Depois do fim da entrevista, Lula comentou o resultado do Corinthians e falou da "decepção" com o porte físico dos jogadores. O presidente afirmou, de acordo com um dos presentes, que achava que "os jogadores eram maiores", "mais fortes" e que, ao vê-los na televisão, parece que ele têm "pernões", pernas grossas.

Mas Lula afirmou que, ao encontrá-los, ficou surpreso, ao ver que, na verdade, os campeões brasileiros são magros e "uns frangotes ainda". O presidente disse também que "nunca imaginou" que veria num estádio brasileiro torcedores do time com a camisa do Boca Juniors, comemorando vitória corintiana.

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Lula atrapalhou-se ao falar da taxas de juros em vigor hoje no País, embora insistindo que elas cairão. Indeciso, o presidente disse que eram 18%, depois, 19%.

Em seguida, um auxiliar pôs na frente dele um papel grande informando que o valor hoje é de 18,5%. Sobre reeleição, depois de ser questionado, novamente, se seria ou não candidato, o presidente riu e passou a mão no rosto antes de responder, tentando evitar o tropeço da primeira entrevista às rádios, quando confirmou que seria candidato, e, após o intervalo, declarou que foi uma falha.

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Após garantir que tinha deixado de fumar, mas voltado, Lula também falou da dificuldade que tem para emagrecer. O presidente confidenciou que "está andando todo dia, mas não o suficiente para emagrecer".

Segundo Lula, talvez, ele precise fazer mais atividades físicas para conseguir ficar magro. O presidente foi abastecido com dados, principalmente ligados à economia, durante toda a entrevista.

"Ele tinha muitos papéis e muitos outros foram levados até ele", acentuou um dos entrevistadores. Mas Lula ficou vermelho e falou com veemência ao fazer a defesa dos princípios éticos que teriam sido esquecidos pelo PT, gesticulando muito e batendo a mão na mesa.

O presidente mostrou uma irritação, na avaliação de um dos entrevistadores, ao reiterar que não sabia dos erros cometidos pelo partido, assim como muitos pais não sabem o que se passa com os filhos em casa.

Lula também demonstrou impaciência sobre a tese de que o que ele fala sobre o crescimento não corresponde ao que se vê. O presidente chamou o um jornalista de rádio de "pessimista".

O clima da entrevista, para os jornalistas, no entanto, foi considerado "amistoso". Para os entrevistadores, embora as perguntas tenham sido objetivas e diretas, as respostas nem tanto, uma vez que, em muitos casos, foi evasivo.