Com a aproximação de 1.º de outubro, data do primeiro turno das eleições gerais, os indicativos de intenção de voto do eleitorado vão ficando cada vez mais sólidos e insofismáveis.
Não houve, como se apregoara antes, influência de vulto dos programas de rádio e televisão sobre a decisão do eleitor, que na maioria dos estados opta por políticos no exercício do governo ou que já foram governadores, não por acaso nomes bastante conhecidos.
Pouquíssimas surpresas vão ocorrer, de sorte que o mapa do poder no País não será muito diferente do atual, com a reeleição quase certa dos três peemedebistas da região sul (Germano Rigotto, Luiz Henrique da Silveira e Roberto Requião). Na verdade, o PMDB terá o maior número de governadores eleitos, com a confirmação da aposta de Sarney e Calheiros na tese do não-lançamento de candidato próprio à Presidência, a fim de facilitar alianças informais nos estados.
Em São Paulo e Minas Gerais, o PSDB será de novo governo com José Serra e Aécio Neves, este encarnando a paisagem montanhosa de seu estado com um volume de votos cerca de 60 vezes maior que o segundo colocado, o petista Nilmário Miranda.
Nos demais estados importantes a previsão é de vitória de Sérgio Cabral Filho (PMDB) no Rio de Janeiro, Paulo Souto (PFL) na Bahia, Maguito Vilela (PMDB) em Goiás e Eduardo Braga (PP) no Amazonas.
A disputa em Pernambuco está acirrada com o crescimento do petista Humberto Campos, que está a menos de dez pontos percentuais do dianteiro Mendonça Filho (PMDB), apoiado pelo ex-governador Jarbas Vasconcelos. O governador somente será conhecido no segundo turno no Rio Grande do Norte, com o empate técnico entre Vilma Faria (PSB) e Garibaldi Alves (PMDB), e no Tocantins, com Marcelo Miranda (PMDB) e Siqueira Campos (PP). Roseana Sarney (PP) ganhará com folga de Jackson Lago (PDT) no Maranhão.
Nesse banquete, o PT ficará com os governos do Acre, Piauí e Sergipe, mas Lula envergará pela segunda vez a faixa presidencial. O lulismo vive, embora o partido esteja à beira do precipício.