O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou muito irritado com os atos de vandalismo praticados pelo Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) durante a invasão do Congresso. "Isso é inaceitável", disse ele, ao ser informado por auxiliares sobre a depredação da Câmara. "Perderam o juízo?", completou, segundo relato de um ministro

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Lula estava no Ceará, a caminho de Brasília, quando soube que o Congresso se transformara em praça de guerra. Durante todo o dia o presidente ficou fora da cidade: em Missão Velha (CE), visitou as obras da ferrovia Transnordestina e, em Nova Jaguaribara (CE), inaugurou o sistema de piscicultura do Açude do Castanhão

Aos interlocutores com quem conversou por telefone, Lula pediu que fosse redigida nota de repúdio à violência no Congresso. No início da noite, o Palácio do Planalto divulgou a nota, assinada pelo porta-voz da Presidência, André Singer, classificando a invasão da Câmara como um "grave ato de vandalismo".

"A Presidência da República manifesta solidariedade e apoio ao Congresso Nacional diante da invasão de suas dependências em um grave ato de vandalismo cometido contra o Parlamento no dia de hoje", afirma o texto. "A agressão ao Congresso Nacional, espaço público para as manifestações legítimas e pacíficas da sociedade fere os princípios da democracia e deve ser tratada com o rigor da lei.

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No último parágrafo, a nota destaca a diferença entre as ações dos movimentos sociais e a selvageria de ontem no Congresso. "A Presidência da República está segura de que os movimentos sociais brasileiros não se identificam com atitudes de violência cometidas contra instituições cuja liberdade e soberania foram tão difíceis conquistar".