O presidente Lula capitalizou ontem o aumento do Produto Interno Bruto de 1,4% nos três primeiros meses em relação ao trimestre anterior. Em entrevista num hotel da capital amazonense, ele voltou a avaliar como positivo o desempenho da economia diante dos abalos do mercado externo nas últimas semanas. "O Brasil está numa fase boa, consolidando a economia", disse. "Temos uma certa solidez, não tanta quanto precisamos. Mas contamos com reservas e o PIB, o emprego e o salário estão crescendo.
O presidente cobrou dos partidos compromisso com a retomada do crescimento, sem dar detalhes. "O que precisamos no Brasil é mostrar ao mundo que nós somos sérios e temos objetivos estratégicos para o País", afirmou. "Eu faço a minha parte, e espero que cada partido faça a sua parte e a gente possa se apresentar ao mundo com essa solidez na economia." Lula se queixou das críticas dos adversários às visitas dele aos canteiros de obras pelo País
Sem citar a crise recente com a Bolívia, que nacionalizou as reservas de gás e ameaça expropriar investimentos da Petrobras, o presidente ressaltou a importância de projetos como o gasoduto Manaus-Coari, que vai abastecer termoelétricas e postos de combustíveis no Amazonas. "Esse gasoduto era prometido há mais de 20 anos pelos governos", disse. "As pessoas não fazem (essas obras) porque são longe do eixo Rio-São Paulo, não são fáceis.
Ele defendeu as ações do governo federal em áreas menos desenvolvidas, como a Amazônia e o semi-árido nordestino e ressaltou o preço elevado de empreendimentos como o gasoduto do Amazonas. As obras ficam mais caras por exigências ambientais, afirmou. "Queremos que o Brasil seja mais equânime. Essas obras são caras? São. Mas precisamos desses investimentos profundos.