O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai fazer uma reunião amanhã (2) para discutir o decreto anunciado pelo presidente da Bolívia, Evo Morales, que determina a nacionalização da exploração de petróleo e gás no país. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério de Relações Exteriores, vão participar da reunião os ministros de Minas e Energia, Silas Rondeou, o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli e o ministro interino de Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães.
O decreto assinado por Evo Morales determina que o Estado recupera a "propriedade, posse e o controle total e absoluto" das reservas de gás e petróleo do país. Assim, todo o extraído das reservas do país deve ser repassados para a estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB). As empresas estrangeiras que exploram os recursos na Bolívia, entre elas a Petrobras, tem o prazo de 180 dias para se adaptarem às novas medidas.
A Petrobras ingressou na Bolívia no final de 1995 e é, segundo a estatal brasileira, responsável por 20% dos investimentos diretos no país e por 18% do Produto Interno Bruto (PIB) boliviano. Entre 1997 e 2000, a estatal brasileira construiu o Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol). Por esse gasoduto, o Brasil importa até 30 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural da Bolívia.