O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, embora tenha reafirmado que não fará mais comparações entre seu governo e os anteriores, voltou a fazê-las em discurso aos oficiais-generais no Clube do Exército. Ontem e nesta sexta-feira (15), Lula anunciou que, a partir de agora, só faria comparações entre seu segundo mandato e seu primeiro mandato. Hoje, ele criticou dois dos presidentes do regime militar – os generais Emílio Garrastazu Médici (1968 a 1973) e Ernesto Geisel (1974 a 1979) – o primeiro, por não ter, segundo ele, feito distribuição de renda como teria ocorrido no seu primeiro mandato (2003 a 2006); o segundo, por ter deixado a dívida externa, enquanto ele (Lula) pagou o débito com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

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O presidente lembrou que Médici fez o País crescer a uma taxa de até 13,4% ao ano, durante o chamado "milagre brasileiro", mas sem distribuir renda. Já Ernesto Geisel, segundo Lula, foi o último presidente do Brasil a fazer investimentos em infra-estrutura, mas deixou "o pepino" da dívida externa, contraída para fazer investimentos no chamado "Brasil Grande". "Esse crescimento econômico (do "milagre") não significou um aumento na renda dos pobres. Estou dizendo isso para afirmar que poucas vezes na história do Brasil se combinou o desenvolvimento econômico com a distribuição de renda e a justiça social, e nós conseguimos estabelecer um padrão em que não crescemos tanto, mas conseguimos o maior aumento do salário mínimo em 30 anos.

O presidente destacou que as reservas do País em dólares, hoje, são maiores do que o total da dívida externa. Disse que o seu governo fez ajustes e "devolveu ao FMI (Fundo Monetário Nacional) o que era do FMI.

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