“Lula está mal informado” sobre recursos da reforma agrária, afirma Alckmin

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) rebateu as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que o governo paulista não estaria aplicando os recursos da Reforma Agrária a ele destinado. Ontem, Lula afirmou que a União havia repassado R$ 29 milhões que não teriam sido utilizados.

"O presidente Lula está mal informado", disse Alckmin. Segundo o governador, o Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) só teria recebido R$ 16,5 milhões da União, cifra integralmente utilizada. Os recursos teriam sido utilizados para a compra de cinco fazendas localizadas no Pontal do Paranapanema, que juntas chegam a 3.391 mil hectares. "Já foram assentadas 291 famílias, disse Alckmin.

Segundo o governador, a União está devendo à São Paulo, o repasse de mais R$ 12,5 milhões previstos, dinheiro que deveria ser repassado até o final de janeiro. "Reforma Agrária é uma responsabilidade do Governo Federal", disse o governador.

Questionado que esta não seria uma mensagem velada aos caciques do PSDB, Alckmin negou: "Não é nada disso, geralmente político não gosta de ouvir críticas, mas a crítica não pode ser levada como uma ofensa, pois quem é criticado não é a pessoa, mas quem representa".

Apoio

Prestigiado por lideranças do PPS e do PDT paulistas, Alckmin participou na tarde deste sábado da cerimônia de posse na nova diretoria da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo – entidade que agrega 51 sindicatos e 700 mil associados, presidida pelo deputado federal Cláudio Magrão (PPS-SP) e ligada à Força Sindical. Durante seu discurso, o governador citou Santo Agostinho: "Prefiro as críticas dos que me corrigem, aos elogios que me corrompem".

O presidente do diretório paulista do PDT, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, negou que esteja apoiando o governador Alckmin como candidato à Presidência da República. "O Alckmin é amigo dos metalúrgicos, ele vem aqui desde o tempo em que era deputado, e tem toda uma relação com o setor dos metalúrgicos. Ele volta em uma situação diferente, e com certeza ele vai ter muito voto dos metalúrgicos."

Mesmo assim, Paulinho assinala que o PDT terá candidatos próprios para as eleições majoritárias. "Agora, no primeiro turno, eu vou trabalhar para os meus candidatos: Carlos Apolinário para o governo de São Paulo e estou defendendo dentro do partido a candidatura à Presidência do Cristovam Buarque."

Questionado se a Força Sindical ou o PDT paulista não estariam tomando partido de Alckmin na disputa com o prefeito José Serra para indicação como candidato do PSDB à presidência, Paulinho não quis polemizar. "Os dois candidatos do PSDB têm muito prestígio dentro dos metalúrgicos, eu acho que essa é uma questão que tem que ser resolvida dentro do PSDB, e assim que sair o candidato eles vão ter que angariar apoio."

Paulinho também lembrou que o PDT participa do governo de Serra mas não participa do governo do Alckmin. O presidente do diretório paulista do PDT afirmou que espera ver o candidato de seu partido no segundo turno das eleições presidenciais. Mas já avisou que não apoiará Lula. "Eu jamais vou trabalhar para o Lula. Já trabalhei uma vez e prefiro votar no capeta do que votar no Lula."

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo