O presidente Luiz Inácio Lula da Silva
entrega ao secretário geral da ONU
Kofi Annan o cheque da primeira doação.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou há pouco na sede das Nações Unidas ao secretário geral da ONU Kofi Annan a primeira doação ao fundo mundial de combate à miséria e à fome da Organização. Lula entregou ao secretário da ONU um cheque no valor de US$ 55 mil que ganhou do governo espanhol pelo prêmio Príncipe das Astúrias. “No meu discurso no plenário da ONU, nós propusemos a criação do Fundo Mundial para combater a fome. Nós estamos começando com essa contribuição, o que é pouco, mas, diante das necessidades, é um gesto simbólico, e eu acho que esse dinheiro será bem empregado. O problema da fome não é só no Brasil, está em outros países em pior situação do que o Brasil”, ressaltou Lula.

Ao entregar o cheque para Annan, o presidente Lula brincou, dizendo que já tinha endossado o cheque. Segundo Lula, esse cheque serve como uma primeira contribuição, “que eu espero que outros chefes de estado e de governo possam, a partir desse momento, começar a discutir a contribuição para o Fundo, para que a gente possa ressolver esse que é, na minha opinião, o moior problema da humanidade”, completou.

O presidente Lula lembrou a reunião que teve ontem à noite com o primeiro-ministro da Índia e o presidente da África do Sul, em que discutiram o início de um movimento para que os países contribuam para o fundo. “Eu acho que todo mundo pode dar uma contribuição”, disse Lula. O presidente declarou que existem várias propostas na mesa, e a idéia é começar a criar primeiro essa questão junto aos governos. “Se cada país der um pouco, a gente vai poder ajudar os países mais pobres”, completou Lula.

Quanto à iniciativa privada, o presidente Lula lembrou que o Brasil está fazendo um teste com a elaboração de uma lista de empresas, como uma forma de mostrar como é possível a empresa privada participar do combate à fome se ela estiver motivada. “Eu queria que o Oded Grajew, que é meu assessor nessa política de combate à fome, explicasse o quanto nós conseguimos de contribuição do setor privado”, disse Lula.

Oded Grajew explicou que o levantamento com as empresas privadas foi feito nos últimos 30 dias. Matrizes de empresas multinacionais com presença no Brasil estão contribuindo com o programa Fome Zero do governo brasileiro. “Reunimos 14 doadores que contribuíram com um cheque no total de US$ 1,6 milhão”, disse Grajew.

O presidente Lula deu de presente ao secretário geral da ONU Kofi Annan, “um pau de chuva”, artesanato dos índios da Amazônia, usado para chamar chuva. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorin, disse que o presente do presidente Lula servia para chamar chuva e que ele também poderia servir para chamar ajuda para combater a fome e a miséria no mundo.

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