O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assiste nesta segunda-feira (15) à posse oficial do novo presidente do Equador, o economista de esquerda Rafael Correa Delgado, de 43 anos. Depois de dez dias de férias no Guarujá, Lula decidiu interromper o descanso para marcar posição na festa, que também terá como convidados o venezuelano Hugo Chávez, a chilena Michelle Bachelet, o boliviano Evo Morales e até o iraniano Mahmoud Ahmadinejad.
Chávez saiu na frente para ganhar o posto de "padrinho" de Correa e, de quebra, ficar com o espólio esquerdista de Fidel Castro, líder cubano afastado por problemas de saúde. O venezuelano chegou mais cedo e ontem participou da posse "indígena" do novo presidente em Zumbahua, a 100 quilômetros de Quito. Foi de Chávez a idéia de levar Ahmadinejad, numa provocação ao presidente americano, George W. Bush. O líder iraniano faz um giro na América do Sul a pretexto de firmar convênios na área petrolífera.
Após a posse no Congresso, Correa oferece almoço a Lula, Chávez, Morales, Ahmadinejad e Bachelet. Será o primeiro encontro de Lula e Chávez desde o anúncio de medidas radicais de nacionalização do setor de energia da Venezuela, semana passada. No Guarujá, Lula não comentou o assunto.
Em Zumbahua, Chávez foi saudado como líder socialista do continente por chefes quíchuas. Diante das câmeras de TV que transmitiam a festa para todo o país, ele comungou na parte religiosa da cerimônia, vestiu poncho, soltou uma pomba e não saiu de perto de Correa. "Eu peço a Jesus Cristo, o redentor, que dê coragem a Rafael Correa e ao povo equatoriano", disse em discurso.
Chávez observou que seria o primeiro estrangeiro a firmar acordo com o novo governo equatoriano: "É um convênio de integração política, a verdadeira integração do nosso povo." E prometeu lutar pela integração, a princípio, de Venezuela, Colômbia, Peru Equador e Bolívia, "uma só grande pátria", que será uma "alternativa" à Área de Livre Comércio das Américas (Alca), trabalhada pelos Estados Unidos.
