As duas turbinas da Hidrelétrica Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, que serão inauguradas na tarde desta segunda-feira (21) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e pelo presidente do Paraguai, Nicanor Duarte Frutos, já estão operando comercialmente há algum tempo. As turbinas custaram US$ 184,6 milhões.
A unidade 9A está em funcionamento desde o dia 4 de setembro do ano passado, enquanto a 18A opera desde 7 de março deste ano. Com a instalação das 20 turbinas previstas no Tratado de Itaipu, a capacidade de produção passa a 95 milhões de megawatts-hora por ano, em média, desde que haja condições favoráveis no Rio Paraná.
Para se adequar à nova potência instalada de Itaipu, Furnas ampliou a capacidade de suas estações de transmissão de energia. Responsável por 20% da energia consumida no Brasil e 95% do que se consome no Paraguai, Itaipu passa, agora, 33 anos depois do início de sua construção, para um processo mais concentrado de modernização dos equipamentos.
O Plano de Atualização Tecnológica deve consumir US$ 350 milhões e está previsto para ser concluído em cerca de 10 a 12 anos. "É necessário para manter operando em toda a vida útil estimada em 100 anos", disse o diretor técnico da usina, Antonio Otelo Cardoso.
Operação
O tratado que criou a Hidrelétrica Itaipu Binacional foi assinado em 26 de abril de 1973, mas somente em maio do ano seguinte foi concretizado, com o início da construção. A primeira turbina começou a produzir energia dez anos depois. Em 1991, Itaipu tinha 18 turbinas. Foram necessários mais 16 anos para a implantação das duas últimas, inauguradas oficialmente ontem. Mas a dívida da construção ainda não foi quitada. Pelo tratado, isso deve acontecer somente em 2023.
Segundo a direção da empresa, a dívida hoje é de US$ 20,8 bilhões. "Hoje, estamos rigorosamente em dia", garantiu o diretora financeira, Margareth Groff. Mas, para isso, toda receita da geração de energia está comprometida. Segundo Itaipu, do orçamento de US$ 3,1 bilhão, 67% são destinados às dívidas, outros 12% são para custo operacional e o restante para pagamento de royalties, cessão de energia e outras pequenas despesas.