As discussões sobre a integração regional travadas entre o Brasil e a Venezuela ultrapassam o campo petrolífero, com as negociações mantidas entre a Petrobras e a PDVSA. Conforme apresentado hoje na conferência América do Sul: Integração, Soberania e Desenvolvimento, no 5.º Fórum Social Mundial (FSM), em Porto Alegre, os governos dos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Venezuela Hugo Chávez, estudam a constituição de um banco para a América Sul, a criação de um canal de televisão estatal com o objetivo de divulgar noticiários do continente e a construção de uma universidade da região, além de manter negociações do velho sonho alimentado por países membros do Mercado Comum do Sul (Mercosul) visando a adoção de uma moeda única regional.

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De acordo com o assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia o governo brasileiro lançará um programa de US$ 1 bilhão para o financiamento de investimentos em infra-estrutura naquele país. "Esse investimento é uma associação estratégica com esse país e que vai ser excelente para o Brasil", avaliou.

No evento, o cônsul da Venezuela em São Paulo, Jorge Luiz Durán Centeno, informou que a criação do "banco sul-americano é uma das propostas que estamos discutindo para que nosso mercado possa competir com a política do mercado do Norte". Na mesma trilha monetária, Centeno avaliou que a introdução de um dinheiro único no continente permitiria às nações sul-americanas serem menos dependentes do dólar e do euro.

Um dos projetos mais avançados, segundo ele, é a proposta de construção da Universidade da América do Sul, com a participação de diversos países do território. "Os governos estão conversando e equipes estudam como poderia ser o primeiro arranque para a implementação dessa universidade", disse, referindo-se, principalmente, aos diálogos mantidos entre brasileiros e venezuelanos.

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Também no âmbito da política de integração dos países da América do Sul, o chefe da Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais da Presidência da República, Aldo Rebelo indicou que o governo Lula deseja que as instituições brasileiras de ensino superior ampliem os convênios com outras faculdades no continente. "Eu mesmo disse para o reitor da Unicamp (Brito Cruz) que era muito bom para a universidade possuir convênios com instituições dos Estados Unidos. Mas quantos convênios temos com a Universidade de Assunção, no Paraguai, que tanto necessita da nossa ajuda? Nenhum", afirmou.