No último debate da eleição, marcado para hoje à noite na TV Globo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, pretendem apostar num confronto menos ofensivo. Nada garante, porém, que essa linha será cumprida. Se de fato a trégua for confirmada, ocorrerá mais em razão do rígido formato do programa do que pela cordialidade dos concorrentes.
"Eu não tenho razão para ficar nervoso no debate", disse Lula na noite de quarta-feira, em comício no bairro da Capela do Socorro em São Paulo, numa referência às pesquisas de intenção de voto, que indicam a sua reeleição no domingo. No palanque, o presidente falou por apenas 15 minutos. "O problema é que eu tenho debate", justificou. "Eu não canto, mas preciso estar com a voz preservada.
O coordenador da campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, disse que o presidente está ‘afiadíssimo’. "Muito afiado e bem melhor do que o time dele, o Corinthians", brincou Garcia, que também comanda o PT, ao lembrar a apertada vitória de 1 a 0 da equipe do Parque São Jorge, na quarta-feira, sobre o Palmeiras. Para o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, Lula vai apresentar propostas e terá uma atitude ponderada. "Mas, se for atacado, dará respostas com a mesma intensidade", observou.
O tom adotado por Alckmin no debate de hoje da TV Globo deve mostrar equilíbrio entre o desempenho ‘Mike Tyson’ exibido por ele no confronto da Bandeirantes com o estilo ‘chuchu’ apresentado no programa do SBT.
"O formato do debate permite que o encontro seja mais equilibrado e mais propositivo", comentou o coordenador-geral da campanha de Alckmin, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE). Mesmo assim, ressalvou Guerra, o candidato não deixará de ser ‘contundente’ ao abordar questões como a corrupção que atingiu o governo Lula.