A edição de janeiro da "Indústria Brasileira", uma publicação da CNI, Sesi,Senai, e IEL, traz entrevista exclusiva com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na reportagem ele garante que o seu compromisso é com a construção de um ciclo sustentável de crescimento e afirma que o progresso regional também requer forças propulsoras locais.
O presidente diz ainda na entrevista que as propostas da Agenda Pró-Crescimento para 2004, elaborada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), e entregue a ele em abril, estão sintonizadas com as metas do governo.
"O principal compromisso do nosso governo é a construção, em conjunto com a sociedade brasileira, de um novo ciclo sustentável de crescimento e desenvolvimento social para o país. Nesse sentido, os temas e as sugestões encaminhadas no documento da CNI são convergentes com as prioridades do governo federal. Nas várias vezes em que visitei a CNI sempre deixei claro que desejo manter um diálogo em alto nível com a indústria, para uma ação conjunta na superação dos obstáculos ao desenvolvimento do país", afirmou Lula.
Quando da entrega da Agenda a CNI pediu a desoneração dos investimentos – medida essa que vem sendo implementada pelo governo.
Sobre esse assunto Lula diz que concorda totalmente com a importância da desoneração tributária do investimento, e o governo tem tomado diversas medidas no âmbito tributário. "Em relação aos bens de capital sem similar nacional, o Imposto de Importação foi reduzido para 2% – uma redução importante, já que antes ia de 14% para 4%."
Lula diz também que durante esses dois anos de governo o país conseguiu grande avanços no setor. "Fizemos a reforma da Previdência, voltamos a crescer num ritmo que não se via há mais de uma década e a capacidade instalada da indústria atingiu o recorde de 86,1% em outubro", disse o presidente.
Ele lembrou ainda que "a importação de bens de capital cresceu 18,1%, provando que os investimentos estão voltando, sem falar nos desembolsos do BNDES, que cresceram 31,8% no mesmo período. Para Lula, o resultado disso tudo é que a produção de bens de capital no país aumentou 25,7% até setembro de 2004 e as exportações atingiram a marca dos US$ 94 bilhões. Só entre os produtos industrializados houve um crescimento de 30%.
Pelos cálculos do presidente, com as mudanças, apenas no setor da indústria, foram acrescentados 550 mil empregos formais. Já para este ano, Lula diz que o governo tem toda uma agenda estruturada na Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE).
Segundo ele, essa agenda está atrelada a nova Lei de Inovação aprovada pelo Congresso Nacional; à questão das Parcerias Público-Privadas (PPPs) para solução dos gargalos de infra-estrutura, num esforço para o desenvolvimento das cadeias produtivas e à substituição competitiva com produção nacional dos itens que mais oneram a pauta de importação.
"É por isso que tenho dito que começo o ano feliz e otimista. Trata-se de um otimismo baseado em fatos, não em boa vontade apenas", destacou o presidente.