Após ter afirmado que só decidiria se seria candidato à reeleição em março ou abril de 2006, em entrevista a emissoras de rádio regionais o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, se contradisse e afirmou que "vai sim disputar as eleições". A frase veio no final de uma resposta sobre as perspectivas do biodiesel brasileiro no mercado internacional. Ao afirmar que os brasileiros terão orgulho do projeto de energia alternativa daqui a dez ou quinze anos, Lula disse que será "com essas armas que, se tiver de ser candidato, vou para a eleição". "Gosto do debate, adoro o debate, gosto de polêmica, porque o povo vai se politizando, vai aprendendo. E vou sim disputar as eleições", declarou o presidente Lula. Quase ao final da entrevista, ele voltou ao tema, dizendo que cometeu "um lapso".
Lula disse que "não tem pressa", afirmando que seus adversários, ao contrário, tem essa pressa. Repetiu duas vezes a frase. "Aliás, estão demonstrando um certo nervosismo por conta de 2006. Eu não estou. Eu não estou porque o povo brasileiro já foi generoso demais comigo", disse, citando sua infância pobre. "Agora eu sei o que o povo deseja, o que o povo cobra de mim e eu quero terminar o meu mandato, fazendo o máximo que um presidente da República pode fazer por seu povo", disse.
Pouco antes, ao ser questionado especificamente sobre reeleição, Lula afirmara que, se tivesse que se decidir sobre reeleição, isso será feito somente entre março ou abril do ano que vem. Segundo ele, a decisão sobre uma nova disputa eleitoral não é algo que se possa ser tomada somente pelo presidente. "Quando você é presidente da República, você não toma a decisão sozinho e depende de um grupo de pessoas", afirmou.
Lula lembrou que terá ainda quase um ano de mandato para cumprir e que não tem a intenção de fazer propaganda eleitoral antes do início da pleito de 2006. "Estou muito convencido que o presidente da República não tem que fazer campanha eleitoral antes do início da campanha oficial", assegurou, acrescentando que deseja comparar seu governo com os anteriores e ressaltando que a única coisa que o "assusta" atualmente é o embate político.