Retomar o processo de integração nacional, principalmente o encontro de realidades brasileiras totalmente distintas como a dos estudantes de classe média dos grandes centros urbanos, com os grotões mais pobres do país. Este é o objetivo do Projeto Rondon, relançado na semana passado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os 200 estudantes e professores universitários que deram início ao projeto por Tabatinga (AM) visitarão 13 municípios da Amazônia Ocidental em 11 dias. O objetivo é fazer um diagnóstico dos problemas sociais enfrentados por estas populações. No início de março, os estudantes e professores enviarão um relatório das atividades para as universidades a que estão vinculados. Falta de saneamento básico e alto índice de analfabetismo são os principais problemas desta região da Amazônia.
Lula disse que o projeto Rondon será "uma grande aula" para os estudantes. "No fundo, no fundo, vai ser a grande aula que os estudantes vão ter. Porque normalmente os estudantes são gente de classe média, gente que vive em centros urbanos. E de repente vão conviver com índios, com pessoas que nunca foram à cidade grande, pessoas que não têm muitas informações sobre como cuidar da saúde. Vão aprender muito mais do que ensinar", afirmou.
Lula confessou que a retomada do projeto Rondon era "um sonho" pessoal. No programa, o presidente ressaltou que os universitários, ao se dedicarem a melhorar as condições de vida de brasileiros mais pobres, resgatam "a palavra solidariedade, fraternidade". A seu ver, trata-se de "um grande gesto de boa vontade, um grupo de jovens sair de sua comodidade e se dirigir para uma cidade do interior para conviver com a temperatura adversa, com um calor imenso que estava em Tabatinga".
O Projeto Rondon foi criado em 1967. Durante 22 anos levou estudantes universitários para trabalhos de pesquisas e assistência social em comunidades distantes e carentes do Brasil. Nesse período, cerca de 350 mil voluntários participaram do projeto.