A pouco mais de uma semana do segundo turno das eleições municipais, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, garantiu hoje (21) que não tomará qualquer decisão no governo vinculada à votação. “Eu não quero brincar com a economia brasileira, não quero tomar nenhuma atitude que signifique um gesto eleitoral”, disse. Ele criticou o seu antecessor, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por “ter feito o País perder duas vezes” ao priorizar a visão eleitoral.

Em discurso na solenidade de posse da diretoria da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Lula assegurou que está “tomando as medidas no tempo certo, na hora certa, sem o pulsar do interesse para 2006, 2004 ou para qualquer outra eleição”. Na intervenção de cerca de 50 minutos, ele chegou a arrancar aplausos da platéia de empresários com a ênfase na administração pública com visão de longo prazo. “Sempre achei, e continuo achando, que um dos grandes problemas do Brasil é a mediocridade política de pensar o País, o Estado ou a cidade apenas durante o mandato da pessoa que está governando”.

O presidente citou exemplos concretos que, segundo ele, demonstram que o governo prefere manter a credibilidade do que atuar em beneficio eleitoral. A iniciativa destacada por Lula foi o aumento do superávit primário de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB) para 4,5%, definido pelo governo dias antes do primeiro turno das eleições municipais.

“Quando eu tomei a decisão há 15 dias, não faltou quem alertasse que faltava pouco para as eleições. E eu disse que as eleições municipais, por mais importantes que sejam, não farão com que o governo tome nenhuma atitude em função delas, porque o Brasil já perdeu duas vezes por decisões pensadas eleitoralmente”.
continua após a publicidade

continua após a publicidade