O presidente e candidato do PT à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que não quer mais comparar o seu governo com o de Fernando Henrique Cardoso. "Nos nossos quatro anos nós já batemos muito neles", afirmou nesta quarta-feira (25) em entrevista à Rádio Gaúcha, em Brasília. "Agora eu quero comparar comigo mesmo", revelou Lula.

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Por outro lado, o presidente não soube explicar os motivos de sua derrota no primeiro turno no Rio Grande do Sul. "Eu não sei o que aconteceu, nós precisamos perguntar ao povo gaúcho o que aconteceu", disse, acrescentando que espera ser reeleito para fazer "tudo o que a população do Rio Grande do Sul esperava que fosse feito" no seu primeiro mandato.

Pela primeira vez em uma candidatura, o presidente não venceu a eleição no Estado. Apesar disso, declarou que é muito grato pela boa votação histórica e disse que acredita em uma vitória no segundo turno. Ele lembrou que, em eleições anteriores, havia a presença forte do ex-governador e ex-presidente do PDT Leonel Brizola, cujos votos acabavam migrando para ele, Lula, no segundo turno.

O presidente aproveitou a oportunidade para informar que o Rio Grande do Sul tem um problema financeiro sério em relação aos servidores aposentados. De acordo com ele, o Estado é um dos que têm a folha de funcionários inativos maior que a de ativos.

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A respeito da cotação do dólar, defendeu a manutenção do câmbio flutuante e afirmou que é preciso achar soluções para setores em crise. "Compramos dólar para que o câmbio tenha um patamar de equilíbrio razoável", Lula informou que, para os setores da economia gaúcha que enfrentam dificuldades, como o calçadista, o governo federal liberou R$ 1,1 bilhão em capital de giro. "Se tem setor que está em crise, temos que sentar e ver o que dá para fazer".

Apoio em Santa Catarina

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Sobre a eleição para governador em Santa Catarina, Lula afirmou que apóia Esperidião Amin, do PP porque tem "uma relação histórica" com o candidato. Em eleições anteriores, Lula deu seu apoio ao concorrente de Amin no segundo turno, o atual governador do Estado, Luiz Henrique, do PMDB. "Apoiei o Luiz Henrique duas vezes para prefeito em Joinville. Estranhamente, o Luiz Henrique preferiu fazer aliança com o PSDB. A mudança faz parte da dinâmica da política brasileira", avaliou.

Durante a entrevista, o presidente estava acompanhado dos ministros Tarso Genro, das Relações Institucionais, e Dilma Rousseff, da Casa Civil, além do líder do PT na Câmara dos Deputados, Henrique Fontana, e do assessor Gilberto Carvalho.

O presidente confirmou também que um grupo de trabalho já estuda uma renegociação da dívida dos Estados com a União, mas advertiu que a solução não será "abrir a porteira" e sugeriu que os governadores também devem tratar de ajustar as finanças.

Lula fará seu último comício antes da eleição hoje em São Paulo no Largo São José, na Capela do Socorro, a partir das 19 horas.