Em meio a empresários na Confederação Nacional da Indústria (CNI), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu que não permitirá a volta do que chamou de "vandalismo econômico" no País e não vacilará em atacar qualquer coisa que ameace a estabilidade brasileira. Em resposta a um duro discurso do novo presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, que tomou posse ontem, Lula garantiu que "não haverá leviandade" no seu governo.
Os avisos foram além. A um grupo de espectadores que incluía governadores, Lula avisou que não mexerá em nenhuma hipótese na Lei de Responsabilidade Fiscal. "Não me venham os governadores dizer que tem que mudar a Lei de Responsabilidade Fiscal, que nem discutimos isso. Discuto qualquer coisa com os companheiros, mas voltar a irresponsabilidade que esse País já teve nós não voltaremos", afirmou. "O desafio é esse. Meu, dos meus ministros dos governadores e da sociedade brasileira: crescer, crescer razoavelmente bem sem permitir que o vandalismo econômico volte a tomar conta do nosso País".
Lula voltou a reclamar do que chama de "entraves para o Brasil crescer". Depois de um discurso em que Monteiro Neto enumerou as dificuldades enfrentadas pelos empresários para investir – desde problemas com licenças ambientais até falta de marcos regulatórios para investimentos privados em infra-estrutura – o presidente demonstrou sua crescente impaciência com os problemas que vêm enfrentando."Faz 20 dias que eu não faço outra coisa a não ser discutir com todas as áreas de governo como destravar esse País. Esse País está travado por uma gama imensa. Eu não vou ficar aqui nominando as coisas que entravam esse País, que vão desde a morosidade do Poder Executivo, do Congresso Nacional da falta de projetos definitivos para crescimento econômico e Estados e prefeituras totalmente falidos", reclamou. Ele se queixou do fato de a União ter seus investimentos limitados pela necessidade de fazer superávit primário. "Você percebe que, mais do que de economistas, precisa de um bando de mágicos para a gente encontrar uma saída", concluiu.