O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou hoje, em Paysandú, no Uruguai, que ainda não começou a pensar na reforma ministerial. Ao sair da inauguração da unidade de processamento de malte da AmBev, Lula – em breves declarações – deixou claro que o anúncio não seria realizado na próxima semana. "Não. Agora que acabaram as eleições na Câmara e no Senado, tenho de começar a pensar nisso…Não tenho um dia preciso para anunciar…Pode ser qualquer dia…só não posso dizer que é hoje."
Segundo ele, "a reforma será produtiva para o governo e a sociedade brasileira". "Estamos fazendo isso sem nenhuma pressão, sem nenhuma pressa, porque acho que as coisas estão indo bem."
Lula preferiu não responder sobre a possibilidade de incluir outros partidos no gabinete ministerial.
Comentando os resultados de 5,2% de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e as altas exportações, o presidente sustentou que "os números são muito significativos, muito importantes, mas, ao mesmo tempo, são números que fazem que trabalhemos com mais seriedade e responsabilidade para que a gente tenha um novo crescimento neste ano".
"Não podemos permitir que achemos que está tudo resolvido e façamos agora uma farra. Sobre as exportações acima de US$ 100 bilhões, foram muito significativas. Eu e o ministro Luiz Furlan (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) trabalhamos esse número há quatro meses. Para todos os brasileiros, é uma marca extraordinária. Mas agora precisamos chegar a uma marca mais alta nos próximos anos… quem sabe alguns bilhões de dólares a mais…"
Lula evitou estender-se em comentários, quando foi perguntado sobre o discurso que realizou na semana passada, referindo-se a supostos casos de corrupção no governo anterior.
"Eu, um dia, vou perguntar à imprensa o que ela acha da repercussão que foi dada ao assunto", afirmou, irritado. Logo em seguida, virou as costas e entrou no ônibus que o levaria ao aeroporto.