Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (21), em Córdoba, na 30ª Reunião de Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul, que o desafio do bloco é reinventar-se para superar as diferenças entres os países membros.
"Temos de desenhar mecanismos que equacionem em definitivo as assimetrias, inclusive com o aporte de novos recursos. Precisamos encarar as questões relativas ao fortalecimento institucional e à implementação, em cada um de nossos países, das decisões e acordos que tomamos no bloco", afirmou Lula.
Apesar dos impasses ? como os reclamos de Uruguai e Paraguai de Brasil e Argentina levam vantagem nos acordos -, Lula disse não compartilhar da percepção de que o bloco está em crise.
"Em 1998, quando se falava no fim do Mercosul, eu insistia que não era o bloco que estava em crise, mas que eram nossos países que estavam em crise. Hoje, vejo que muitas das questões que são apontadas como sinais de um esfacelamento do Mercosul são frutos de problemas legados por um passado que queremos definitivamente superar. Rejeito críticas a uma pretensa bilateralização no âmbito do bloco. Estou convencido de que a solução desses problemas dependerá de um diálogo reforçado em todo os níveis", reforçou.
Ainda de acordo com o presidente, existem setores contrários ao bloco que "defendem estratégias individuais", e que muitas vezes a omissão dos chefes de Estados acaba por fortalecê-los.
"Devemos reforçar o diálogo com esses grupos e, sobretudo, demonstrar às nossas populações, na prática, a validade de nosso projeto de integração. Temos responsabilidades governamentais e a obrigação de encontrar soluções para as inquietações e desafios que são parte de qualquer processo de integração profunda como o nosso".
