Ao empossar os novos ministros em uma solenidade lotada e descontraída, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva salientou que é muito difícil concorrer com a iniciativa privada na escolha de profissionais para trabalhar no governo. O presidente observou que os bons profissionais do serviço público, que ganham até R$ 7 mil, são contratados, às vezes, por até R$ 80 mil no setor privado. "Alguns até pagam para ser ministro", disse. Lula ainda procura um nome influente da iniciativa privada para ocupar o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio, mas até agora não conseguiu.

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No discurso, ele citou os casos dos ministros Luiz Fernando Furlan, do Desenvolvimento, Tarso Genro, que assumiu a Justiça, o ex-ministro Mário Thomaz Bastos e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, como exemplos de bons profissionais cortejados pelo mercado. "A máquina pública é dotada de verdadeiros heróis, de gente da mais alta qualificação".

O presidente disse que não pode reclamar do salário de R$ 8 mil. "Por que não tem um único torneiro mecânico que ganha R$ 8 mil neste País. Portanto, continuo sendo o torneiro mecânico mais bem pago.

Lula fez as declarações ao desejar boa sorte aos três ministros que deixam o governo – Márcio Thomaz Bastos, Pedro Brito, da Integração, e Agenor Alvarez, da Saúde. Também desejou boa sorte aos dois ministros que entram – Geddel Vieira Lima, na Integração Nacional, e José Temporão, na Saúde – e a Tarso Genro que trocou a pasta das Relações Institucionais pela da Justiça. "Meus filhos, se vocês pensam que é moleza ser ministro, vão ver que muitas vezes é difícil. Coisas que não apareciam na imprensa começam a aparecer e o salário é muito baixo.

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No discurso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se referiu indiretamente a divergências que o PT teve no passado com o novo ministro da Integração, Geddel Vieira Lima. Lula avaliou que o nome do deputado do PMDB da Bahia é o exemplo mais forte da coalizão de governo. "É a demonstração inequívoca de que quando falamos em coalizão falamos para valer. Se a gente fosse analisar o que as pessoas fizeram ontem sem pensar no que as pessoas vão fazer amanhã, a gente não teria acordos em muitas coisas que fazermos com os partidos.