O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje, no seu programa de rádio semanal "Café com o Presidente", que pretende discutir a continuidade da rodada de Doha sobre o comércio internacional e falar sobre biocombustíveis com o presidente dos Estados Unidos George W. Bush na sexta-feira, quando o americano estiver no Brasil. Lula acredita em acordos com os Estados Unidos na área do biodiesel e do álcool. Quanto à rodada de Doha Lula entende que os subsídios elevados que o mercado europeu e americano praticam devam ser reduzidos e defendeu que uma conversa com o presidente americano sempre tem um peso importante, "porque se os Estados Unidos forem favoráveis a um acordo, facilita esse acordo acontecer". "Essa é uma conversa que eu pretendo ter a fundo com o presidente Bush.
Lula disse que os Estados Unidos precisam conhecer muito das tecnologias para as produções de biodiesel e álcool. "Acho que eles têm de conhecer a fundo os programas de biodiesel que nós estamos introduzindo no Brasil", afirmou.
Depois de defender o álcool e o biodiesel e informar que vai levá-los para uma discussão com o presidente Bush, Lula voltou a falar da rodada de Doha e afirmou: "Nós estamos dispostos a fazer a nossa parte desde que eles façam a parte deles. E, sobretudo, eles falam muito em livre comércio, mas eles gostam de proteger os seus produtos". E complementou: "O que eu quero é o seguinte: se é para ter livre comércio, vamos ter livre comércio para que a gente tenha oportunidade de vender e de comprar. Não tem sentido a alta taxa que os Estados Unidos impõem ao álcool brasileiro.
Perguntado pelo apresentador do programa se a visita de Bush serviria também para neutralizar um pouco da atuação do presidente venezuelano, Hugo Chávez, Lula afirmou não acreditar que o presidente americano converse sobre o assunto. "Até porque eu respeito a soberania de cada país. Eu acho que não há espaço para a gente discutir problemas de outros países, a não ser discutir os nossos próprios problemas. Se nós conseguirmos avançar nos nossos problemas e encontrarmos soluções para o acordo da OMC (Organização Mundial do Comércio) e para o biocombustível, nós já estaremos fazendo um bem à humanidade extraordinário.