O presidente Luiz Inácio Lula da Silva repassou à equipe, no discurso na reunião ministerial de hoje, a idéia de que, depois de ter passado por dois "árduos anos" de governo, chegou "a hora da colheita". Na prática, Lula acha que, depois de ter enfrentado grandes dificuldades dentro da administração federal e de ter visto o PT perder eleições em cidades importantes, como São Paulo e Porto Alegre, chegou o momento de reverter essa situação.
"Temos mais de dois anos pela frente. É a hora da colheita de tudo que plantamos", disse, ao salientar que "hoje, tudo começa a mudar". Demonstrando que, a partir de agora, quer resultados, Lula afirmou "que ninguém se iluda sobre as prioridades desse governo" e mostrou a determinação ao advertir que "não se confunda paciência e cordialidade com passividade".
Ao mostrar a disposição para esta segunda fase em recuperar o tempo perdido, resgatando e cumprindo as promessas feitas, ele declarou: "É hora de afirmar, com mais ênfase, nossa disposição de continuar persistindo, criativamente, em nossas políticas econômica e social". Segundo Lula, "este país necessita, depois de décadas de marasmo e desencanto, de desenvolvimento".
Respondendo aos que cobram promessas que não fez, o presidente disparou: "Não prometi corrigir todas as desigualdades, todas as injustiças". Em seguida, citou quais são os compromissos: "Comprometi-me, isto sim, em colocar o País no caminho certo, lançando as bases para um longo período de desenvolvimento, justiça social e aprofundamento da democracia."
Em seguida, reagiu aos que acusam o Poder Executivo de ter desviado dos ideais. "Que ninguém se iluda sobre as prioridades deste governo. Elas vão na direção de uma grande transformação econômica e social do País", afirmou. "Que ninguém se iluda sobre a minha fidelidade a minhas origens. As dificuldades que enfrentei em minha vida e os êxitos que nela alcancei me deram a convicção de que o melhor que possuímos é o nosso povo", disse ele, que reagiu às críticas às demoras nos resultados. "Que não se confunda paciência e cordialidade com passividade. Que se entenda que somos um povo composto de homens e mulheres fortes, que apenas necessitam de uma circunstância histórica que nos permita mostrar todo nosso potencial", observou, ao dizer que "este momento chegou", lembrando que alcançou a Presidência possuído desses sentimentos.
"Vim acompanhado de gerações de lutadores socais que não se deixaram fascinar pelas luzes do poder e que aqui reforçaram suas convicções democráticas", declarou, ao comentar que "este é um governo de homens e mulheres probos, capazes e dedicados". "Todos estamos imbuídos do sentimento de que a hora do Brasil chegou." Reafirmando o foco, Lula acentuou que "esta hora é a hora do desenvolvimento, do crescimento econômico com geração de empregos, distribuição de renda e inclusão social. Vocês (ministros) são peças fundamentais no cumprimento dessa diretriz."
